Entrevista: Físico alerta para efeitos biológicos da radiação e destaca a dosimetria em tempo real

Renato Dimenstein participou do encontro técnico sobre radiologia intervencionista realizado pela Sapra Landauer no dia 22 de agosto

O aumento do risco da incidência a catarata é uma das possíveis consequências da exposição continuada do médico intervencionista à radiação ionizante. A advertência foi feita o físico Renato Dimenstein, que participou do Encontro Técnico de Proteção Radiológica em Radiologia Intervencionista, dia 22 de agosto, no Hotel Estanplaza Paulista, em São Paulo. O físico sugere o uso da dosimetria em tempo real, principalmente no caso dos profissionais que atuam na hemodinâmica e vascular.  “Alguns efeitos biológicos podem ser minimizados, tais como a incidência de catarata e de epilação. o monitoramento da dose de radiação em tempo real, possibilita uma mudança de atitude dos médicos usuários destas tecnologias e consequente diminuição dos efeitos deletérios” afirma Dimenstein.

A solução da dosimetria em tempo real, a que ele se refere, auxilia médicos e funcionários de instituições de saúde no controle da exposição a doses em tempo real em um monitor, com ajuda de gráficos de barras, de forma a ajustar o comportamento para minimizar a exposição desnecessária à radiação. Isso porque a natureza dinâmica do ambiente de trabalho pode levar a exposição à radiação maior do que o necessário.

Esse tipo de dispositivo pode ser utilizado em procedimentos com equipamentos de diagnóstico e/ou de intervenção, bem como em salas cirurgias híbridas. “É preciso usar a tecnologia de imagem forma correta e os profissionais têm consciência disso. Mas eles não têm a ferramenta, que é a dosimetria em tempo real”, avalia Dimenstein.

O físico também elogiou a iniciativa da Sapra de promover o debate sobre o assunto, através da realização de encontros técnicos. “Eventos como este são capazes de transformar a linguagem de física em linguagem palatável aos médicos e representantes de empresas presentes e talvez possam ajudá-los a atender a importância da proteção radiológica dos profissionais e dos pacientes”, destacou.

No primeiro encontro técnico realizado neste ano pela Sapra Landauer, em março, também em São Paulo, Renato Dimenstein foi um dos palestrantes e abordou “Os aspectos físicos da redução de doses de radiação em exames de Raios X, tomografia, medicina nuclear e mamografia, sem interferência na qualidade de imagens diagnósticas”.

Renato Dimenstein é autor de várias publicações na área de física médica e proteção radiológica.

Entrevista: EBCO Systems participa de encontro técnico da Sapra

Empresa utiliza equipamentos com raios X para inspecionar  grande parte dos contêineres movimentados nos portos e postos de fronteira brasileiros

A EBCO Systems, parceira da Sapra Landauer que atua nos principais aeroportos e portos do Brasil, desenvolvendo soluções de inspeção não intrusiva de cargas e contêineres por raios X, participou do Encontro Técnico de Proteção Radiológica em Radiologia Intervencionista, dia 22 de agosto, no Hotel Estanplaza Paulista, em São Paulo.

O coordenador de Proteção Radiológica da empresa, Marcelo Ceolin, presente no evento da Sapra, explicou que a EBCO inspeciona grande parte dos contêineres movimentados nos portos e postos de fronteira brasileiros, utilizando, para isso, equipamentos de scanners com acelerador de elétrons.

Em função destas atividades, segundo ele, a EBCO atua na área de inspeção de segurança e cumpre todas das diretrizes e normas da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) para os serviços realizados no Brasil. O quadro de colaboradores do serviço de radioproteção conta com supervisores de proteção radiológica, certificados pela CNEN em aceleradores de partículas e radiografia industrial.

Ceolin destaca que o serviço de proteção radiológica da EBCO exerce o controle de todas as instalações radiativas assistidas pela empresa, de seus colaboradores e do público que frequenta estas áreas. Desta forma, fica assegurado o padrão adequado de proteção radiológica.

“Neste tipo de equipamento que chamamos de scanner é gerado raios X, por intermédio de um acelerador de elétrons, a fim de inspecionar as cargas que chegam e saem dos portos. O operador não tem contato algum com a radiação durante a inspeção, pois é um equipamento totalmente seguro, mas nem por isso eles deixam de ser monitorados. Por isso, eles usam o dosímetro individual e a empresa mantém ainda dosímetros de área, espalhados por locais estratégicos. Todos são monitorados mensalmente e têm ciência da dose a que são submetidos mensalmente. O histórico é sempre ANR (abaixo do nível de registro), mas o processo é seguido à risca”, detalha ele, acrescentando ainda que os funcionários são constantemente treinados e detém certificação para prestação dos serviços de inspeção de contêineres e cargas.

Para Ceolin, eventos como o encontro técnico promovido pela Sapra é fundamental para empresas que atuam no mercado utilizando equipamentos que emitem radiação, como é o caso da EBCO.

“É muito importante ter acesso a informações sobre dosimetria, a mudanças e atualizações dos equipamentos. É fundamental esse contato e a possibilidade de conversar, tirar dúvidas pessoalmente. E tudo isso é possível  neste tipo de evento promovido pela Sapra”, concluiu.

Entrevista: Proteção radiológica: professora de Radiologia defende conscientização de profissionais e da população

Coordenadora do curso de Radiologia do Colégio Papa Mike acompanhou palestras sobre proteção radiológica na medicina intervencionista da Sapra.

O Colégio Papa Mike esteve representado no Encontro Técnico de Proteção Radiológica em Radiologia Intervencionista promovido pela Sapra Landauer, no dia 22 de agosto, em São Paulo, pela coordenadora do curso técnico de Radiologia, Renata Duque, professora em radiologia médica.

“Somos uma instituição de ensino e trabalhamos para que o profissional inicie sua carreira já com consciência em proteção radiológica. Por isso, este tipo de evento é muito importante”, declarou Renata Duque. Segundo ela, quando se formam, os alunos saem aptos para trabalhar em centros de diagnóstico por imagem, em hospitais, clínicas e unidades básicas de saúde. Eles atuam na radiologia com competências para posicionamento dos pacientes submetidos a exames radiográficos, no processamento e manipulação de imagens analógicas e digitais, bem como na correta aplicação das normas de biossegurança, de proteção radiológica e qualidade de imagem com rigor teórico, ética e responsabilidade técnica.

“Visando justamente a cultura de proteção radiológica desde a formação profissional, nós abordamos o tema em aula e também promovemos diversas atividades extracurriculares, como a jornada de radiologia, projetos sociais  e palestras, como estas que estamos aqui acompanhando”, afirmou ela. “Nós procuramos sempre parcerias, como esta com a Sapra. Elas são fundamentais na formação do nosso aluno, porque através destas palestras ele tem acesso a informação atualizada sobre a dosimetria e proteção radiológica”, acrescentou.

A especialista defende ainda a conscientização da população em geral. “Existe ainda muita resistência entre os profissionais, mas temos que trabalhar essa cultura de proteção radiológica na população, porque a maioria, infelizmente, desconhece os riscos reais da radiação”, concluiu Renata Duque.

O Encontro Técnico de Proteção Radiológica em Radiologia Intervencionista da Sapra Landauer ocorreu no último dia 22 de agosto, no Hotel Estanplaza Paulista. Os presentes acompanharam a palestra da física e diretora-presidente da Sapra Landauer, Yvone Maria Mascarenhas, cujo tema foi “A importância e desafios do controle de doses de dosimetria pessoal em radiologia intervencionista”, e a palestra da física Rochelle Lykawka, que abordou o tema “Matriz de risco em aplicações de radiações ionizantes em centros cirúrgicos”.

Encontro Técnico de Proteção Radiológica em Radiologia Intervencionista reúne cerca de 80 profissionais em SP

Evento que promoveu a atualização de informações e troca de experiências em proteção radiológica foi realizado pela Sapra Landauer, em 22 de agosto.

Clique aqui para fazer o download da apresentação da física Rochelle Lykawka sobre “Matriz de risco em aplicações de radiações ionizantes em centros cirúrgicos”.

Cerca de 80 profissionais participaram do Encontro Técnico de Proteção Radiológica em Radiologia Intervencionista, realizado pela Sapra Landauer, no último dia 22 de agosto, no Hotel Estanplaza Paulista, em São Paulo. Representantes de instituições de saúde, entre hospitais e clínicas, de instituições de ensino e da indústria acompanharam duas palestras que focaram o controle de doses em radiologia intervencionista.


A primeira palestra do encontro foi ministrada pela física e diretora-presidente da Sapra Landauer, Yvone Maria Mascarenhas, cujo tema foi “A importância e desafios do controle de doses de dosimetria pessoal em radiologia intervencionista”. Graduada em Física pela USP, com mestrado, doutorado e pós-doutorado pelo Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC), da USP, com pesquisas sobre radiologia e dosimetria, Yvone Mascarenhas tem experiência na área de Física, com ênfase em Radiologia e Dosimetria, atuando principalmente em proteção radiológica, produção raios-x, radiodiagnóstico, algebraic model e dosimetria. Ela atua como coordenadora de projetos de pesquisa financiados por agências como CNPq e FAPESP.
Com base em relatórios de doses analisados na Sapra Landauer, de 2013 a 2017, Yvone apontou um aumento significativo das doses de radiação ionizantes a que são expostos os profissionais que atuam na medicina intervencionista e chamou a atenção para o desafio de entender a prática e melhorar a cultura de proteção radiológica das instituições que disponibilizam esses serviços de saúde.
Para contextualizar a necessidade de mudança de atitude de profissionais e instituições, a física mencionou algumas situações alarmantes no processo de análise dos relatórios. Ela apontou, por exemplo, a dose máxima acumulada por um mesmo indivíduo no período de um ano: 93,5 mSv em 2013, com sucessivos aumentos nos anos seguintes, até chegar a 666 mSv em 2017.
“Este é apenas um exemplo. E há casos em que o profissional é consciente de que está sendo exposto a doses elevadas, mas evita usar o dosímetro justamente para que isso não seja constatado e ele tenha que reduzir o número de procedimentos que executa”, revela Yvone que defendeu, durante sua explanação, mudanças de atitude importantes visando a minimização de doses, entre elas a orientação do posicionamento do profissional, a otimização do uso de blindagem e a redução do tempo de exposição. “Além destas medidas, a dosimetria realizada com equipamentos como o i3 da RaySafe, que garante feedback da dose em tempo real, também pode apoiar nessa mudança de atitude”, acrescenta a diretora-presidente da Sapra Landauer.
Yvone também falou do desafio da cultura de proteção radiológica de pacientes, principalmente na pediatria, destacando as ações do Latin Safe, uma aliança latino-americana dedicada à defesa da redução e otimização de doses de radiação na América Latina, criada e 2015.
Matriz de risco
Com experiência profissional de 18 anos na área de radiodiagnóstico, a física Rochelle Lykawka enriqueceu o debate no encontro técnico da Sapra abordando o uso da fluoroscopia, que são os arcos cirúrgicos ou angiógrafos, em bloco cirúrgico e o risco associado em função da emissão de radiação não reconhecida pelos profissionais envolvidos.

A física, que atua hoje nas áreas de controle de qualidade, proteção radiológica e dosimetria em radiologia intervencionista no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS), relatou um pouco da sua realidade aos presentes no encontro, Ela apresentou aspectos de segurança, quantificando e caracterizando a exposição dos trabalhadores à radiação através do uso de dosímetro individual e de dosímetro eletrônico. Este último, utilizado no HC de Porto Alegre, permite a leitura em tempo real.

“É incontestável o crescimento do uso de radiação dentro do arco cirúrgico. Por isso, é justo pensar, organizar e visualizar esse risco através de uma matriz. É a forma que temos que ordenar e melhorar nosso plano de ação”, defende dra. Rochelle, ressaltando a importância de se definir o que é área livre e área controlada dentro das instituições de saúde. “As áreas controladas devem ser reconhecidas pelas equipes de profissionais que trabalham em cada ambiente, devendo estes fazerem uso de dosímetro para controle de dose, enquanto permanecerem em área controlada”, afirmou.

Dra. Rochelle também mencionou a atuação de enfermeiros, fornecedores, técnicos em radiologia e médicos nos centros cirúrgicos, como profissionais ocupacionalmente expostos, e, entre os médicos, destacou a exposição a que são submetidos os cirurgiões vasculares, cardiovasculares, anestesistas, cirurgiões torácicos, ortopedistas e urologias.
“O profissional que atua na área de intervenção tem que estar na sala e permanecer próximo ao feixe primário, e por isso precisa fazer uso de equipamento de proteção individual. O dosímetro eletrônico também é um importante aliado. Mas, pasmem, ainda encontramos, em muitas instituições, profissionais que não usam o dosímetro dentro do centro cirúrgico. Eles têm consciência que precisa fazer uso dessa proteção, mas por conta das intercorrências do dia a dia, muitas vezes, acabam não usando”, afirmou, durante a palestra.

Ela mencionou as normas e regulamentações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério do Trabalho, que tratam das diretrizes de proteção radiológica.

“Temos que ir além dos testes nos equipamentos e insumos na medicina intervencionista. Temos que fazer com que as pessoas que estão envolvidas no processo entendam a importância da proteção radiológica”, destacou Dra. Rochelle.

Ao final das explanações, as palestrantes ainda responderam perguntas dos presentes.

Quem participou do Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial – Radiologia Intervencionista, além de acompanhar as palestras, também teve mais uma oportunidade de conhecer melhor e tirar dúvidas sobre o GPR Online, um gerenciador de proteção radiológica oferecido aos clientes e parceiros da Sapra Landauer. Através do sistema, é possível, pela internet, consultar os relatórios de doses mensais, acessíveis assim que analisados e gerados na base de dados da Sapra Landauer; consultar o movimento de envio e recebimento dos monitores a partir da base de dados da Sapra, e efetuar alterações, inclusões e exclusões de usuários e transferências entre instituições afiliadas, entre outros serviços.

Os parceiros da Sapra que acompanharam o evento elogiaram a iniciativa, classificando o encontro técnico como importante instrumento de atualização de informações e troca de experiências em proteção radiológica.

Palestra: O desafio da dosimetria na radiologia intervencionista é destaque em evento da Sapra

Yvone Maria Mascarenhas, física e diretora-presidente da Sapra Landauer, será uma das palestrantes do Encontro Técnico de Proteção Radiológica em Radiologia Intervencionista, em São Paulo

Os equipamentos para uso em medicina intervencionista foram sendo aprimorados nos últimos anos e garantiram incontestáveis benefícios aos tratamentos médicos. No entanto, o que se constata é um aumento significativo das doses de radiação ionizantes a que são expostos os profissionais que atuam no setor.
A questão da dosimetria na radiologia intervencionista será o foco principal da palestra que será ministrada pela física e diretora-presidente da Sapra Landauer, Yvone Maria Mascarenhas, no próximo dia 22 de agosto, em São Paulo, em mais um Encontro Técnico de Proteção Radiológica, promovido pela Sapra Landauer.

Yvone Mascarenhas é graduada em Física pela USP, com mestrado, doutorado e pós-doutorado pelo Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC), da USP, com pesquisas sobre radiologia e dosimetria. Tem mestrado pela Universidade de Yale, New Haven, e realizou projeto de pesquisa “sandwich” no Argonne National Lab e MBA na FEA – USP, em Ribeirão Preto. Atuou como coordenadora de projetos de pesquisa financiados por agências como CNPq e FAPESP. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Radiologia e Dosimetria, atuando principalmente nos seguintes temas: proteção radiológica, produção raios-x, radiodiagnóstico, algebraic model e dosimetria.

De acordo com a física, na sua palestra serão apresentados dados analisados pelos profissionais da Sapra Landauer, ao longo de 5 anos, de 2013 a 2017.
“Enquanto há 10, 15 anos só se pensava em Cardiologia quando se falava em radiologia intervencionista, hoje essa área envolve muitas outras especialidades, como por exemplo neurologia, gastroenterologia, urologia, entre outros. São realizados procedimentos de intervencionismo que, em geral, têm longa duração, criticalidade dos procedimentos e alto nível de taxa de radiação espalhada”, avalia ela, apontando como principal desafio entender a prática e melhorar a cultura de proteção radiológica das instituições que disponibilizam esses serviços de saúde.

Para garantir a segurança dos trabalhadores desse setor, ela defende a realização de treinamentos de proteção radiológica, estabelecimento de procedimentos incluindo posicionamento e uso de EPI’s nas salas de radiologia intervencionista, bem como a avaliação apropriada das doses mensais a que os profissionais ocupacionalmente expostos estão sujeitos.
“O fato é que o número de setores cresceu, porque cresceram as possibilidades na radiologia intervencionista. E, neste sentido, a dosimetria pessoal surge como um importante instrumento para que as pessoas tenham noção das doses de radiação ionizante a que são expostas mensalmente durante sua jornada de trabalho. Se os profissionais tiverem a cultura do uso correto dos dosímetros pessoais e do posicionamento correto no trabalho, o que vamos observar será a redução de dose”, conclui.
Além da palestra de Yvone Mascarenhas, os participantes do evento da Sapra Landauer em São Paulo acompanharão a palestra da física Rochelle Lykawka, que atua há 18 anos na área de radiodiagnóstico, e tratará de matriz de risco em aplicações de radiações ionizantes em centros cirúrgicos.
O evento será no Hotel Estanplaza Paulista, das 14 às 17 horas. As inscrições foram realizadas pela internet, no site da Sapra e, devido à grande procura, já estão esgotadas.

Palestra: Matriz de risco em aplicações de radiações ionizantes em centros cirúrgicos

Palestra abordará riscos da radiação em centros cirúrgicos e conscientização dos profissionais da saúde

A física Rochelle Lykawka atua no controle de qualidade, proteção radiológica e dosimetria em radiologia intervencionista no Hospital de Clínicas de Porto Alegre  

Os riscos associados ao uso da radiação em centros cirúrgicos serão abordados na palestra que será ministrada pela física Rochelle Lykawka, durante o Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial – Radiologia Intervencionista, que será realizado pela Sapra Landauer, no próximo dia 22 de agosto, em São Paulo.

Clique aqui para fazer o download da apresentação da física Rochelle Lykawka sobre “Matriz de risco em aplicações de radiações ionizantes em centros cirúrgicos”.

Com experiência profissional de 18 anos na área de radiodiagnóstico, Rochelle Lykawka atua hoje nas áreas de controle de qualidade, proteção radiológica e dosimetria em radiologia intervencionista no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS).

A física deve destacar em sua abordagem, entre outras técnicas, o uso da fluoroscopia (arco cirúrgico ou angiógrafo) em bloco cirúrgico e o risco associado em função da emissão de radiação X não reconhecido nem pelas organizações que fazem a fiscalização e licenciamento destes estabelecimentos de saúde e nem pelas equipes que deles fazem uso.

“Temos hoje os sistemas tipo arco cirúrgico, raios X móvel e as salas híbridas (angiógrafos) que emitem radiação e não têm risco reconhecido. Por isso, durante a palestra, vamos abordar estes aspectos de segurança, quantificando e caracterizando a exposição destes trabalhadores à radiação através do uso de dosímetro individual, bem como de dosímetro eletrônico, que permite a leitura em tempo real e possibilita determinar a matriz de risco a que estão expostos estes profissionais”, afirma ela.

Dra. Rochelle alerta que a exposição à radiação nos centros cirúrgicos pode ser equivalente a que é exposto o profissional da hemodinâmica em intervenções cardiovasculares, cujo risco é comprovadamente alto conforme publicações e ações internacionais. “Existem estudos que relatam o alto risco de exposição à radiação a que estão submetidos os profissionais de cardiologia intervencionista, a ponto das recomendações internacionais já terem sido alteradas na busca de reduzir tal risco”, acrescenta.

Na opinião da física, é preciso trabalhar essa questão no processo de formação educacional dos profissionais. Ela também aponta a importância do olhar do profissional de proteção radiológica dos estabelecimentos de saúde com relação às suas equipes e ambientes dos centros cirúrgicos, desde a classificação das áreas que fazem uso dos sistemas de fluoroscopia – mesmo móveis como o arco cirúrgico, até o dimensionamento de dosimetria individual e uso de equipamentos de proteção individual quando assim julgarem necessário.

TEMPO REAL

Dra. Rochelle ressalta que o uso do dosímetro individual pelos indivíduos ocupacionalmente expostos é uma exigência legal e afirma que o uso do dosímetro eletrônico em tempo real vem se mostrando também um importante instrumento de avaliação do risco.

Com o equipamento, é possível observar a exposição a que médicos e funcionários estão sendo submetidos em tempo real, em um monitor disposto dentro da sala de procedimentos. Com auxílio de um sistema de sinaleira, o dosímetro eletrônico torna a exposição à radiação algo “visível”, de forma a ajustar o comportamento e minimizar a exposição desnecessária à radiação.

“Uma função importante deste dosímetro em tempo real é a educação e conscientização dos profissionais. Ele possui um display que aponta de forma bem clara e rápida o nível de exposição de cada um, no momento do procedimento. Assim possibilita a mudança de posicionamento dentro da sala”, explica ela. ”Os profissionais da nossa instituição portam sempre o dosímetro individual. Além deste, periodicamente nós utilizamos também o dosímetro em tempo real para fins de capacitação inicial e de reciclagem em proteção radiológica.”, salienta, completando que o dosímetro eletrônico, além do auxílio para educação e otimização em proteção radiológica, permite a elaboração da matriz de risco de exposição à radiação ionizante dos profissionais da equipe cirúrgica – estimando a exposição de cada profissional em sala de procedimento.

“Tivemos uma publicação recente que fez uso do dosímetro eletrônico para definir as curvas de isodose das equipes de urologia no centro cirúrgico de nossa instituição. Foi possível validar que os níveis de exposição à radiação aos quais estes profissionais são submetidos é bastante significativa. Porém, estas equipes, na grande maioria dos centros cirúrgicos no Brasil, não são monitoradas individualmente.”, adverte.

O Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial será realizado dia 22 de agosto, das 14 às 17 horas, no Hotel Estanplaza Paulista, na capital paulista. As vagas são limitadas e as inscrições gratuitas, podendo ser feitas pela internet, por meio do site da Sapra Landauer.