DIRETORA DA SAPRA PARTICIPA DA JORNADA PAULISTA DE RADIOLOGIA

Evento é o maior da América Latina; apresentação de Yvone Mascarenhas explicou como funcionam as tecnologias de dosimetria TLD e OSL .

A diretora-presidente da Sapra Landauer, Yvone Mascarenhas, participou como palestrante, no último dia 7 de maio, da 47a edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR). O encontro é considerado o maior da área na América Latina e o quarto maior no mundo, reunindo mais de 15 mil pessoas no Transamérica Expo Center (TEC), em São Paulo.

O tema apresentado por Yvonne foi “Como Entender Dosimetria com TLD e OSL”, em referência às tecnologias de Dosimetria de Luminescência Termicamente Estimulada (TLD, na sigla em inglês) e Dosimetria de Luminescência Óticamente Estimulada (OSLD).

A apresentação integrou o painel sob tema “Como Entender Proteção Radiológica em Raios X com Método Experimental”, moderado pelo físico Phillip Patrik Dmitruk, professor da Santa Casa de São Paulo (leia sua entrevista no Blog da Sapra).

Na apresentação, Yvone explicou conceitos fundamentais associados a essas tecnologias de dosimetria, pontuando as vantagens da tecnologia OSLD, que é oferecida com exclusividade no Brasil desde 2015 pela Sapra Landauer.

Entre essas vantagens estão: alta precisão de medida, maior confiabilidade dos resultados, integridade das amostras e do sinal, possibilidade de releitura dos dados, uso continuado dos dispositivo, rastreabilidade dos dosímetros, reciclabilidade dos monitores e economia de energia empregada em sua fabricação.

A Sapra Landauer já teve diversas participações anteriores na Jornada Paulista de Radiologia ao longo dos anos. Na edição de 2015, por exemplo, a responsável técnica e gerente de Operação e da Qualidade da empresa, Maria de Fátima de Andrade Magon, apresentou a palestra “Dosimetria Pessoal: Desafios e Dificuldades e Novas Tecnologias em Dosimetria”.

TLD e OSLD

Em síntese, a dosimetria com TLD emprega como dosímetro um material termoluminescente que, quando aquecido e após ser expostos à radiação ionizante, apresenta a propriedade de emitir luz proporcionalmente à dose de radiação que receberam ao longo de um determinado período de exposição. Esse fenômeno físico é conhecido como radiotermoluminescência, ou, simplesmente, termoluminescência.

Já a dosimetria com OSL, que é a mais moderna disponível internacionalmente, emprega material isolante ou semicondutor que, ao ser estimulado por luz, após ser exposto à radiação ionizante, adquire propriedade luminescente com intensidade proporcional à quantidade de radiação absorvida ao longo de um período de tempo.

O material utilizado como detector nesses monitores utilizados pela Sapra Landauer é o óxido de alumínio (Al2O3:C) e seu método de leitura emprega um laser de alta performance ou LED (diodo emissor de luz, na sigla em inglês) como fontes de excitação, dependendo do modelo de monitor e leitor adotado.

No Brasil, a tecnologia OSLD, ou simplesmente OSL, é usada para dosimetria de radiações ionizantes por raios X, gama e beta.

Sobre a jornada

A Jornada Paulista de Radiologia (JPR) é realizada há quase 50 anos, reunindo congressistas, professores, coordenadores, convidados, expositores, visitantes e equipes de apoio de diversos países.

O evento mantém uma programação científica robusta, com dezenas de cursos em áreas como neurorradiologia, oncologia, diagnóstico por imagem, medicina nuclear, física em radiodiagnóstico, entre outros temas e especialidades.

O evento abriga também uma exposição técnica com cerca de cem empresas especializadas do setor, também considerada a mais importante do segmento radiológico na América Latina.

A edição 2017 da JPR sediou também o II Congresso França-Brasil-América Latina de Radiologia, tendo como tema central “Radiologia Francesa: As Relações Humanas e a Boa Prática Médica”, em parceria entre a Sociedade Paulista de Radiologia(SPR) e a Sociedade Francesa de Radiologia (SFR).

A próxima edição já está agendada para o período de 3 a 6 de maio de 2018, também no Transamerica Expo Center, e será realizada em parceria com a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA) e terá como tema “SPR e RSNA: Transformando a Educação na Radiologia”.

Saiba mais sobre o evento: www.jpr2017.org.br/

CURSO DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA AMPLIA SEGURANÇA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Treinamento online certificado pela Sapra Landauer aborda conceitos básicos em proteção radiológica e atualiza conhecimentos de profissionais que atuam em radiodiagnóstico e de áreas afins, atendendo recomendação da Anvisa e resoluções de órgãos estaduais no país.

Profissionais que atuam com radiações ionizantes devem realizar treinamentos periódicos atualizados em de proteção radiológica, conforme recomenda a Portaria Federal 453 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso é válido principalmente para profissionais que realizam exames com raios X para diagnóstico médico e odontológico em instituições de saúde e para os responsáveis pelas ações do programa de proteção radiológica junto a cada umas dessas equipes.

A necessidade de treinamento específico em proteção radiológica para indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE) a radiações ionizantes também está explícita em legislações estaduais, como a pioneira Resolução SS 625, da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, e no artigo 442 do Código de Saúde do Paraná, documento oficial da secretaria do governo do estado para o setor.

Em atenção a essas exigências legais, e para atender à necessidade de seus clientes e parceiros, a Sapra Landauer oferece o curso online “Normas Básicas de Proteção Radiológica”, publicado em um exclusivo ambiente virtual de aprendizagem e elaborado por uma equipe qualificada de especialistas com formação internacional, nível de pós-doutorado e mais de 20 anos de experiência acadêmica e empresarial no setor.

Conteúdos e público-alvo

O conteúdo do curso aborda conceitos básicos de radiação e radiação ionizante, seus usos e aplicações na sociedade, normas e regulamentações vigentes no Brasil, princípios e métodos de proteção radiológica, procedimentos de dosimetria individual externa, além de limites de doses de radiação para trabalhadores ocupacionalmente expostos e para o público presente em locais em que se utiliza esse recurso.

O programa do curso está organizado em nove módulos didáticos. São eles: introdução, radiação, produção de raios-X, princípios fundamentais na produção de raios-X, princípios de proteção radiológica, efeitos biológicos, avaliação, bibliografia e anexos. O tempo estimado do curso varia de 2 a 4 horas, conforme os conhecimentos prévios do aluno e sua familiaridade com recursos de e-learning. O programa inclui avaliações formativas e somativas. Ao final, é gerado um certificado, conforme os resultados da avaliação.

Além de profissionais da área da saúde atuantes em serviços de diagnóstico com aplicação de radiações ionizantes, o curso atende necessidades de instituições de ensino cujas atividades envolvam o uso de radiação em radiodiagnóstico, ou de equipe de profissionais de indústria e comércio de equipamentos de raios X que atuam na área de radiodiagnóstico, com diferentes níveis de formação técnica na área.

Quem já fez o treinamento atesta sua importância e qualidade. “O curso da Sapra contribui muito para o nosso conhecimento, sobretudo para técnicos em radiologia, que têm a obrigação de saber e aperfeiçoar sua formação em proteção radiológica”, diz Luiz Wanderley Carneiro, que atua em uma clínica de radiologia na cidade de Arapoti, no Paraná, e participou do treinamento online em 2017. “Nós, profissionais da saúde, deveríamos fazer este curso de seis em seis meses, para estarmos sempre atualizados.”

Importância da proteção radiológica

Proteção radiológica envolve medidas e procedimentos que visam proteger pessoas e ambientes de efeitos nocivos ou indesejáveis das radiações ionizantes, considerando os diferentes tipos de radiação, seus modos de interação e as técnicas de medição das doses a que profissionais e pacientes estão expostos em cada situação (leia mais sobre o assunto na seção Proteção Radiológica em nosso site).

Os princípios fundamentais que regulamentam a proteção radiológica no Brasil são estabelecidos pela Norma 3.01 da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e devem ser conhecidos e seguidos rigorosamente por profissionais do setor. Além disso, a prática com radiação ionizante em radiodiagnóstico deve seguir as diretrizes da já citada Portaria Federal 453 da Anvisa. Reforçar e garantir esse conhecimento é, portanto, um dos objetivos centrais do curso “Normas Básicas de Proteção Radiológica”, como lembra a responsável técnica e gerente de Operação e da Qualidade da Sapra Landauer, Maria de Fátima de Andrade Magon.

“É essencial que os indivíduos ocupacionalmente expostos sejam submetidos a cursos de educação continuada em proteção radiológica que levem em consideração, no mínimo, os conceitos básicos de radiação e produção dos raios X, o tipo de radiação ionizante aplicada em radiodiagnóstico, o conhecimento e aplicação dos princípios básicos de proteção radiológica estabelecidos por normas nacionais, e o conhecimento básico dos efeitos biológicos no ser humano decorrentes da exposição à radiação ionizante”, diz Magon, que também é uma das autoras do curso, em parceria com Yvone Maria Mascarenhas, diretora-presidente da Sapra Landauer.

Ela ressalta que um dos diferenciais da atuação da empresa é a proximidade entre a prestação de serviços de dosimetria de radiações, área de especialidade da Sapra, e atividades de pesquisa científica mantidas pela empresa em parcerias com instituições acadêmicas de ponta, no país e no exterior. Isso garante atualização constante de conhecimentos e contato direto e imediato com inovações, como, por exemplo, a tecnologia OSLD, que passou a ser oferecida pela Sapra com exclusividade no país, a partir de 2015.  

A responsável técnica e gerente de Operação e da Qualidade da Sapra Landauer também ressalta que a importância da formação continuada em proteção radiológica contempla não apenas os profissionais que atuam regularmente na área, mas também a atenção aos pacientes que são expostos a radiações ionizantes em situações de exames médicos. Isso se dá em relação a procedimentos de trabalho dos profissionais visando a proteção radiológica e as condições de adequação dos equipamentos, bem como aos indivíduo do público e às condições das instalações que compõem o ambiente de atendimento.

“A imagem radiológica passou a ser fundamental para um diagnóstico correto, precoce e com qualidade, cuja obtenção está vinculada à implantação do Programa de Garantia de Qualidade (PGQ), parte constituinte do Programa de Proteção Radiológica que inclui um controle de qualidade de equipamentos emissores de radiação e controle de qualidade de procedimentos de trabalho”, conclui Magon.

SAPRA REALIZA A 5ª SIPAT

No mês de abril entre os dias 24 a 28, foi realizado a 5ª SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho e neste evento foram promovidas as seguintes palestras:

  • A grande vulnerabilidade para a saúde das mulheres, com a Professora Jamile Bussadori;
  • Estresse, com a Psicóloga Lara Cristina Morcelli Paludetti;
  • Segurança no Trabalho, com o Professor Adaécio Junior;
  • Viva Seguro Arteris, com a Raquel Oliveira Brito Fernandes – Centrovias e Primeiros Socorros, com o Cabo Abimael

Além das palestras, foram realizados sorteios de brindes para os colaboradores, agradecemos os parceiros que colaboraram para o sucesso e a realização da nossa SIPAT, foram eles: Chinaglia Seguros, Correios, Livraria Paulista, Sapra Assessoria, Flytour São Carlos, Gráfica Rizzoli, Padaria Planalto, Padaria do Toninho, Tim Calçados, Padaria Napoli, Cristina Miron, Perfumaria Sumirê, Telectron, Carlos Perez Oxigênio, Gráfica Nacional, Informática e Cia, Papelaria Tropical, Global São Carlos, Magnificat Decorações, O Boticário, SEAAC São Carlos, Eletrônica Pinhé, Tech Lima, Farmácia do Rosário, Comercial Tiba, Skinão Lanches e Berimbau Estúdios.

PHILLIP PATRIK DMITRUK: “APLICADA NA ÍNTEGRA, PROTEÇÃO RADIOLÓGICA SIGNIFICA AMOR E DEDICAÇÃO AO PRÓXIMO”

Blog da Sapra publica entrevista exclusiva com consultor, professor e físico da Santa Casa de São Paulo sobre os desafios e avanços na área de proteção radiológica no Brasil. Ele explica, a seguir, a importância e os processos que envolvem o trabalho de profissionais de física médica na área hospitalar e comenta o que tem sido feito por entidades especializadas para melhorar os padrões de gestão no setor. Destaca, também, a qualidade dos serviços prestados pela Sapra Landauer em dosimetria de radiações, incluindo o uso de sistemas informatizados de atendimento ao cliente.

Raio-X do entrevistado: Físico da Santa Casa de São Paulo, graduado em Física pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo (PUC/SP), no ramo científico de Física Médica, e pós-graduado em Física das Radiações e Radioterapia pelo Instituto de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(INRAD/FMUSP). É docente colaborador em Física das Radiações no Curso de Pós-Graduação em Radiologia Médica da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. Também colabora com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) nas comissões de estudo da Associação Brasileira das Indústrias Médico-odontológicas (ABIMO). É docente da Escola de Enfermagem da Santa Casa, da Faculdade de Medicina da Santa Casa, tendo lecionado várias disciplinas nas áreas da Física das Radiações, Proteção contra Radiações Ionizantes, Dosimetria clínica e Controle de Qualidade. É mestre e doutor em Engenharia no ramo científico de Engenharia Nuclear, pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Também é pós-graduado em Administração de Empresas, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) e em Gestão Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua como empreendedor e empresário em diversas áreas e ramos de negócios.

Blog da Sapra: Qual a importância da proteção radiológica na gestão hospitalar?

Phillip Patrik Dmitruk: A gestão hospitalar é bastante complexa e envolve uma série de segmentos da administração. Quando utilizamos os conceitos de proteção radiológica isso significa que estamos envolvendo pessoas e a segurança das operações que envolvem o uso de radiação ionizante, a qualidade dos serviços prestados e a responsabilidade social e ambiental. Inicialmente, ao entrarmos num hospital ou instituição de saúde, primariamente pensamos em saúde, seja na sua manutenção ou na sua recuperação. Muitas pessoas estão envolvidas e comprometidas nesse intuito e desejamos sempre o melhor e, primordialmente, desejamos estar saudáveis e fortalecidos. Cada paciente é uma missão de Deus. O atendimento em saúde não é óbvio, tudo é novidade e depende de muita observação, pesquisa e interação com o próximo. Os profissionais de saúde são seres humanos e, como tal, vivenciam sonhos e desejos dos mais variados possíveis. Há um universo de possibilidades.

Em quais aspectos desse trabalho, exatamente, se aplica a proteção radiológica? 

A proteção radiológica está presente em tudo. Quando aplicada na íntegra e com a máxima dedicação e responsabilidade, ela significa amor e dedicação ao próximo, seja ele paciente ou trabalhador. Muito mais que uma série de medidas ou conceitos de segurança e aplicação de blindagens, a proteção radiológica está imbuída do desejo de manter segura a pessoa humana, de obter o melhor resultado de segurança, o melhor resultado diagnóstico, a cura…

A proteção radiológica está presente em tudo. Quando aplicada na íntegra e com a máxima dedicação e responsabilidade, ela significa amor e dedicação ao próximo, seja ele paciente ou trabalhador.

 

Como essa atenção é exercida no dia-a-dia da Santa Casa de São Paulo?

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, ao longo de algumas décadas, abraçou a proteção radiológica e a física médica, amadurecendo, e, de forma envolvente, organizou toda sua estrutura de diagnóstico por imagem segundo as necessidades de proteção radiológica e controle de qualidade da imagem. Muito é pesquisado, adaptado, produzido e incorporado às rotinas de realização de exames e acolhimento de seus pacientes e trabalhadores nas áreas que envolvem o uso de radiação ionizante e também radiação não ionizante. Há na instituição um elo muito forte entre a gestão e a proteção radiológica em todas as suas atividades. Notoriamente, a aplicação de um conceito pleno de proteção radiológica e física médica envolve muitos custos e esforços financeiros de toda natureza. Mesmo em momentos muito delicados relacionados à saúde financeira da instituição, não houve um minuto em que a proteção radiológica e a física médica fossem prejudicadas. Todos os equipamentos e ambientes foram sempre controlados e organizados para proteção de pacientes e trabalhadores. Há um grande e precioso esforço de todos, incluído nossos fornecedores de produtos e serviços no ramo de física médica e proteção radiológica.

Como é a atuação de um profissional de física médica no processo hospitalar?

O profissional de Física Médica deve estar muito atento a todas as condições de segurança no uso de equipamentos de proteção radiológica, no uso correto e adequado dos equipamentos emissores de radiação ionizante, das fontes emissoras de radiação ionizante e também às rotinas e aos protocolos de exames, de forma a manter a dose radioativa dentro dos padrões de segurança e a qualidade de resultados, imagens e tratamentos. No hospital, ele deve ser um profissional humano, observador e estudioso, deve ser apto a aceitar desafios e pronto a prestar assistência e esclarecimentos sobre a rotina segura no uso de radiação ionizante. Um profissional envolvido e fundamentalmente acessível. Esta qualidade o torna diferenciado, pois nossa ciência não é simples ou meramente matemática e nossa aptidão deve ir além disso, deve alcançar corações e mentes, e para tanto empatia e simpatia são essenciais. São muitas as dificuldades diárias e os desafios para manter, junto a nossos colaboradores, um uníssono de ações focadas na assistência e na segurança de todos. Esse é um exercício profissional muito prazeroso, posto que nossa missão é única em termos de eficiência na atenção em saúde pública, com todas as nuances possíveis.

No hospital, o físico deve ser um profissional humano, observador e estudioso, apto a aceitar desafios e pronto a prestar assistência e esclarecimentos sobre a rotina segura no uso de radiação ionizante.

 

Qual é a situação do Brasil em termos de estudos e pesquisas sobre o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) por profissionais da área médica em comparação com outros países?

A pesquisa nessa área é muito mais voltada ao uso e eficiência dos EPI, muito focada em controle de qualidade e segurança do trabalhador. A matéria prima utilizada na fabricação dos EPI plumbíferos ou blindagens é basicamente importada, principalmente os óxidos de chumbo com a pureza necessária para uma proteção radiológica eficiente. A produção dos EPI segue norma internacional e poucos profissionais dão a devida atenção ao processo envolvido. Todos os produtos devem seguir o padrão normativo conforme descrito na ABNT-NBR-IEC-61331-3:2004 e a eficiência apresentada por meio de laudos técnicos dos ensaios dos materiais utilizados para proteção radiológica em alguns poucos institutos especializados no Brasil, que comprovam a eficácia do produto.

Como tem evoluído a qualidade dos paramentos usados nesse setor?

Ao longo de algumas décadas, em parceria com fabricantes no Brasil, conseguimos desenvolver paramentos bastante eficientes, mais leves e mais confortáveis. Tem sido uma troca de conhecimento muito saudável e respeitosa, tratando-se muitas vezes de segredo industrial. Os paramentos no Brasil, a rigor, se utilizam de manta plumbífera importada ou nacional, todas bastante eficientes. Em pesquisas recentes, desenvolvemos paramentos que aceitam melhor processos de higienização e esterilização, promovendo assim o adicional de proteção biológica. Atualmente, trabalhamos com novos materiais com equivalência ao chumbo e que podem ser agregados à borracha de forma a se obter excelência na proteção radiológica, materiais como o Bismuto (Bi) e o Tungstênio (W).

Que outros fatores devem ser observados em relação a esses paramentos?

Um fator importante na proteção radiológica é a espessura. Uma cultura bastante forte no país é o uso de aventais com 0,50 mm de chumbo. Tal espessura, segundo a legislação de proteção radiológica, deve ser aplicada para proteção de áreas expostas à radiação primária. Contudo, nossas rotinas de exames radiológicas envolvem em praticamente toda sua totalidade a exposição a feixes secundários, para os quais um avental com 0,25 mm de chumbo é mais que suficiente. Outro fator importante diz respeito ao conforto do usuário. Poucos são os envolvidos nas compras de itens de segurança que detêm o conhecimento de que existem paramentos com tamanhos diferenciados (P, M, G e GG) e, também, paramentos para crianças. Alguns fabricantes ainda apresentam paramentos diferenciados para homens e mulheres, outro conforto importante para o trabalhador. Recentemente, me deparei com outro fator importante e relacionado ao colar de chumbo para proteção da tireóide, alguns muito desconfortáveis e com erros na produção que, inclusive, provocam ferimentos importantes nos usuários.

Na sua opinião, as clínicas e hospitais brasileiros têm dado importância suficiente para o uso de EPI? Até que ponto as normas são cumpridas, de modo geral? E a fiscalização, tem sido efetiva?

A proteção radiológica é muito dependente do usuário. Alguns profissionais nos departamentos de radiologia ainda insistem em não utilizar os paramentos de chumbo e dosímetros pessoais, o que é uma insanidade, mas também uma realidade. Lamento muito ainda encontrar profissionais que não se envolvem os conceitos de proteção radiológica na sua rotina diária. Muitos profissionais não se protegem adequadamente e muitas vezes não protegem pacientes e seus acompanhantes. Atitudes inconcebíveis para profissionais da área e conhecedores dos riscos envolvidos no uso incorreto e indiscriminado das radiações ionizantes. Devemos nos lembrar que todo paramento, para ser uma EPI radiológica, passa por uma série de testes de eficiência; são regulamentados e obrigatoriamente registrados na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e possuem certificação do Ministério do Trabalho. Ainda vejo fabricantes comercializando paramentos não autorizados ou registrados e, infelizmente, ainda há no mercado compradores para produtos com produção e eficiência duvidosas.

A proteção radiológica é muito dependente do usuário. Alguns profissionais ainda insistem em não utilizar os paramentos de chumbo e dosímetros pessoais, o que é uma insanidade, mas também uma realidade.

 

Como os hospitais reagem diante desse problema?

Atualmente, muitos hospitais possuem, em seu corpo de colaboradores, físicos e engenheiros de segurança do trabalho que estão atentos a essa prática ilegal de comercialização de EPI, que eu, pessoalmente, considero clandestinos. Outro fator importante diz respeito diretamente à rotina de física médica. Todos os paramentos devem ser testados anualmente e, uma vez considerados inadequados, devem ser imediatamente retirados de uso. Os aventais de chumbo são compostos por um metal pesado poluente, o chumbo (Pb), na forma de óxido, e em sua degradação ele é bastante danoso à saúde e ao meio ambiente. Por isso, não deve ser descartado sumariamente, é um resíduo hospitalar que deve ter destino adequado. Recomendo que seja obrigatoriamente devolvido para o fabricante ou fornecedor para destino adequado e certificado.

Há fiscalização sobre esses processos? Como os órgãos e entidades especializadas estão atuando para melhorar essa situação?

Contamos, sim, com fiscalização, mas com certeza ainda é muito falha em diversas áreas. Técnicos em vigilância sanitária e segurança nuclear, nas diversas esferas públicas de fiscalização e controle, estão mais presentes, melhor preparados e mais preocupados com o cumprimento integral das normas de proteção radiológica e controle de qualidade nos diversos centros hospitalares e industriais que se utilizam de fontes e equipamentos emissores de radiação ionizante. Somada a esta fiscalização, o Conselho de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia (CONTER) e os sindicatos de classe têm exercido um papel de suma importância nessa fiscalização, uma ação responsável e sobre a qual cabe destacar a ação direta dos Supervisores de Aplicações Técnicas (SATR). Particularmente, a Associação Brasileira de Física Médica (ABFM) tem exercido um papel de grande importância nos aspectos relacionados à formação e serviços prestados por físicos médicos nas diversas áreas de aplicação de radiação ionizante no Brasil. Um passo importante para o sucesso das ações do físico na área hospitalar é a regularização da profissão, que hoje tramita no Congresso Nacional, praticamente em sua fase de final de regulamentação, um esforço muito importante de congressistas cientes da importância da aplicação responsável e correta da física e da física médica nos diversos ramos e atividades econômicas do Brasil.

Um passo importante para o sucesso das ações do físico na área hospitalar é a regularização da profissão, que hoje tramita no Congresso Nacional, praticamente em sua fase de final de regulamentação.

 

Qual a importância do serviço de dosimetria radiológica prestado pela Sapra Landauer à Santa Casa de São Paulo?

Falar da Sapra Landauer é um prazer imenso: uma empresa com quase quarenta anos, pioneira em muitas pesquisas nas áreas de dosimetria interna e externa. A ISCMSP (Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) é um de seus primeiros clientes, e ambas mutuamente apostaram no conceito de qualidade e eficiência. A empresa participou de grande parte da história da proteção radiológica da ISCMSP. É uma empresa parceira e atenta a todas as necessidades de atenção à saúde e segurança de nossos colaboradores e pacientes. Muito foi produzido em conjunto, ambientes foram melhorados e adequados às novas exigências legais na área de proteção radiológica e física médica. Pessoalmente, acompanho e conto com a presença da Sapra Landauer desde o início de minha formação, em 1986, e em verdadeira comunhão realizamos muito para ISCMSP e para mais outros cerca de 800 centros de radiologia onde atuo como consultor. A Sapra é hoje o maior centro de dosimetria radiológica de nosso país e, sempre incansável e inovadora, recentemente habilita e disponibiliza o que há de mais atual na área, a dosimetria opticamente estimulada (OSL), o que certamente eleva o Brasil a uma condição de excelência em dosimetria ocupacional.

Sempre inovadora, a Sapra recentemente habilitou e disponibiliza o que há de mais atual na área, a dosimetria opticamente estimulada (OSL), o que eleva o Brasil a uma condição de excelência em dosimetria ocupacional.

 

Enquanto cliente da Sapra Landauer, como o senhor avalia os serviços prestados e o processo de atendimento oferecido pela empresa? 

A Sapra é uma empresa que cresceu sem perder o foco no cliente, muito atenta às necessidades dos clientes, soube como nenhuma outra aplicar o conceito de qualidade no atendimento e dos serviços. Dotada de profissionais dedicados e prestativos, material gráfico impecável e zelo em todas as suas ações. Uma empresa inovadora e preocupada com as gerações futuras de profissionais e pesquisadores, sempre presente e disponível para auxiliar o cliente e os centros de formação profissional e de pesquisa. Um modelo para muitas empresas e empreendedores interessados na área de dosimetria, metrologia das radiações, proteção radiológica e física médica.

A Sapra é uma empresa que cresceu sem perder o foco no cliente, muito atenta às necessidades dos clientes, e soube como nenhuma outra aplicar o conceito de qualidade no atendimento e nos serviços.

 

Como o senhor avalia o sistema Gerenciador de Proteção Radiológica (GPR) online da Sapra? Como e até que ponto esse sistema facilita o atendimento?

De início, o sistema GPR foi de uso muito tímido, devo confessar. Todo o tratamento relacionado à coleta e tratamento dos dados era, inicialmente, totalmente realizado internamente na ISCMSP e nas minhas empresas. O tempo amadureceu este uso e, atualmente, todo o tratamento se dá praticamente, e com muita agilidade, por meio das facilidades de interação com dados de profissionais e dosimetria pessoal inseridos no GPR. Ainda estamos agregando mais funcionalidades ao GPR e não há dúvida que hoje ele é um aliado do físico na gestão da proteção radiológica e controle ocupacional de rotinas e dosimetria do trabalhador.

ALEXANDRE BACELAR: “PODEMOS ESTABELECER E EXECUTAR MAIS DO QUE A LEGISLAÇÃO SOLICITA”

Em entrevista ao Blog da Sapra, chefe de serviço de Física Médica e Radioproteção do Hospital das Clínicas de Porto Alegre comenta a importância da proteção radiológica na gestão hospitalar e destaca a necessidade de aproximar profissionais que atuam em hospitais e empresas do setor da pesquisa científica nessa área.

Raio-X do entrevistado: Alexandre Bacelar atua como chefe de Serviço Física Médica e Radioproteção e como coordenador da Comissão de Proteção Radiológica e coordenador da Residência em Física Médica no Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA). É formado em  Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), com mestrado em Ciências Médicas na área de Radiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialização em Engenharia da Qualidade e em Administração Hospitalar pela PUC-RS e pelo IAHS. Atua também como professor convidado de pós-graduação nas áreas de Medicina do Trabalho e Segurança do Trabalho na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) e de Engenharia de Segurança do Trabalho na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

 

Blog da Sapra: Qual a importância da física médica na gestão hospitalar, atualmente?

Alexandre Bacelar: A física médica passa por uma adaptação aos tempos modernos e, com isso, resgata e conquista o seu maior valor agregado, que é o intelectual. A tendência é que devemos aplicar a intelectualidade, o conhecimento e ter pensamento estratégico a serviço das organizações, estando ligados às direções das instituições de saúde  para a tomada de decisões estratégicas em níveis de gerenciamento da proteção radiológica, física médica e gerenciamento de imagens médicas.

A física médica deve aplicar conhecimento intelectual e ter pensamento estratégico para a tomada de decisões na gestão da proteção radiológica

 

Como a radioproteção é tratada pela legislação brasileira? Na sua opinião, há a necessidade de se discutir novas diretrizes para que o cumprimento das medidas protetivas aos profissionais seja mais eficaz e valorizado por clínicas e hospitais?

Há muito debate sendo realizado sobre a legislação brasileira referente à radioproteção. Entendo que essas leis, normas e regulamentações são bastante importantes e muitas delas conseguem acompanhar a evolução da tecnologia. Também percebo que os órgãos competentes buscam, cada vez mais, manter essa legislação atualizada. Porém, como costumo dizer, nosso trabalho é conseguir manter a segurança do paciente, do indivíduo ocupacionalmente exposto à radiação e também de indivíduos públicos em geral fora do risco, ou com menor risco possível. Assim, a não existência de uma regulamentação específica não justifica a não realização de um trabalho visando a segurança, pois possuímos recomendações internacionais a serem seguidas e, além disso, temos a capacidade e o conhecimento para fazer mais do que a legislação solicita.

A legislação deve estar atualizada, mas nosso trabalho é minimizar o risco e, assim, a não existência de regulamentação não justifica a não realização de um trabalho de segurança

 

Como é a atuação de um profissional de física médica no processo hospitalar, especialmente em instituições de grande porte? Neste sentido, qual a diferença entre as funções de um físico e de um tecnólogo?

Mais do que o conhecimento e habilidade técnica, o profissional de física médica deve possuir um perfil mais híbrido, conciliando o aspecto acadêmico, aspecto técnico com a habilidade administrativo-financeira de gerir um alto volume de serviços cada vez mais complexos e que afetam diretamente a eficiência operacional da instituição de saúde, trazendo, com seu trabalho, melhoria da qualidade, diminuição das doses e reduções de custos significativas. Esse profissional deve ser um bom desenvolvedor de estratégias, tendo foco em resultados com grande eficiência e, com isso, garantindo a sustentação da qualidade e segurança, gerando indicadores e relatórios gerenciais completos e detalhados.

O profissional de física médica deve conciliar o conhecimento, a técnica e habilidade administrativo-financeira de gerir serviços complexos que afetam a eficiência operacional da instituição de saúde

 

Diante de sua experiência dentro da área de proteção radiológica e principalmente como ex-presidente da Associação Brasileira de Física Médica, qual a sua avaliação sobre a evolução das pesquisas científicas desenvolvidas no país em relação a esse assunto?

A pesquisa científica no Brasil está  bem representada pelo setor acadêmico, incluindo nossas universidades e instituições de pesquisa, que são referências nacionais e internacionais na área. Devemos também ter o compromisso de pleitear melhor desenvolvimento da pesquisa realizada pelos físicos médicos que trabalham nos hospitais, para que possa haver uma melhor troca de experiências e de dados sobre a prática do dia-a-dia, também construir  com que as empresas participem do processo e possam desenvolver pesquisas com nossas instituições, buscando uma melhoria na proteção radiológica para todos, como parceiros, não apenas visualizando lucro.

Devemos desenvolver pesquisa científica com físicos médicos que trabalham nos hospitais, para que possa haver uma melhor permuta de experiências e de dados

 

Como o senhor avalia, como cliente, os serviços e o atendimento da Sapra Landauer na área de proteção radiológica?

Por sermos uma instituição pública, sempre realizamos uma concorrência pública para a contratação de serviços de proteção radiológica. Nesse processo, a empresa Sapra Landauer consegue alcançar nossas exigências de qualidade e preço, com o que somos sempre atendidos pela empresa naquilo que solicitamos e contratamos.

A empresa Sapra Landauer consegue alcançar nossas exigências de qualidade e preço e somos sempre atendidos pela empresa naquilo que solicitamos e contratamos