Física em radiodiagnóstico é um dos destaques da Jornada Paulista de Radiologia que acontece no final de abril

Especialistas de várias instituições vão falar sobre as principais atividades que envolvem o tema, desde técnicas para produção de imagens, protocolos, doses e desafios da área. 

A Jornada Paulista de Radiologia (JPR), maior evento realizado pela Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR), maior congresso da especialidade na América Latina e o quarto maior do mundo, será realizada de 27 a 30 de abril, no Transamérica Expo Center (TEC).  

Nos dias 27 e 28, um dos destaques do evento é o Curso de Física em Radiodiagnóstico, coordenado pelos físicos Alessandro André Mazzola, Marcus Vinícius Bortolotto, Renato Dimenstein e Rochelle Lykawka. 

Entre os temas abordados estão Estratégias para Redução de Dose em TC, Bases Físicas Aplicadas a Ressonância Magnética, Como Ajustar os Protocolos em Pediatria, Novos desafios em RM. 

Em 2023, a 53ª edição da JPR acontece simultaneamente à 25ª edição do Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica, organizado pela Sociedade Latino-Americana de Radiologia Pediátrica (SLARP). O evento terá como tema “Disseminando conhecimentos em Radiologia Pediátrica”.

Confira a programação da especialidade de Física em radiodiagnóstico

 

 

Serviço:

Data: 27 a 30 de abril

Local : Transamérica Expo Center (TEC)

Inscrições até 20/04  https://www.jpr2023.org.br/inscricao/congressista

 

Webinar discute Proteção Radiológica em Medicina Nuclear

A Sapra Landauer realizou em março, de forma online, o webinar “Proteção Radiológica em Medicina Nuclear: perguntas e respostas”. O evento contou com a participação da física e diretora-presidente da Sapra Landauer, Dra. Yvone Maria Mascarenhas, e do físico Renato Dimenstein. 

Em sua apresentação, Yvone falou sobre os princípios da proteção radiológica e a evolução da dosimetria no Brasil nos últimos anos. Apresentou dados de doses individuais em vários setores e destacou os números da medicina nuclear. 

Ela destacou que é importante que os profissionais da medicina nuclear reforcem a cultura de proteção. “As pessoas que estão nessa área, precisam estar atentas às suas doses, usando o dosímetro corretamente e tentando fazer a minimização de doses”, completou a física.

Em seguida, Renato Dimenstein, graduado em Física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e especialista em Radiodiagnóstico, apresentou as principais  perguntas e respostas sobre Medicina Nuclear, onde abordou os tipos de radiação e seus usos, exemplificando formas de exposição, fatores que influenciam a dose absorvida, entre outras questões referentes à proteção radiológica. Dividida em quatro partes, a apresentação de Dimenstein abordou ainda conceitos, normas de proteção, caracterização da recepção de radiação e como medir a radiação.

Ao término das apresentações, os participantes tiraram dúvidas sobre o tema, com destaque para questões trabalhistas dos profissionais de Medicina Nuclear, onde os físicos palestrantes explicaram sobre as responsabilidades de proprietários de fontes radioativas que empregam pessoas, e como devem proceder em casos de profissionais terceirizados. “Qualquer dono de uma fonte de radiação, é responsável pelas pessoas que a utilizam, seja técnico, médico, terceirizado ou CLT. A coisa mais importante é ter certeza de que está sendo avaliado e que essas doses serão comunicadas”, respondeu Yvone Mascarenhas.

Renato Dimenstein, ao responder uma questão sobre quais profissionais são mais requisitados na área da Medicina Nuclear, enfatizou a necessidade de profissionais mais dedicados ao tema. “De uma maneira geral, medicina nuclear, diagnóstico, radioterapia, precisa de especialistas, e a maior parte das profissões, não têm especialistas. O mercado está saturado de supervisores de proteção radiológica, e a maior parte da medicina nuclear, em cargos superiores, é de médicos nucleares. Mas essa questão da especialização é muito comum na maior parte das profissões. […] Para o especialista tem muito espaço. Já para um generalista, acho que existem coisas mais pontuais, de baixa remuneração, essa é uma visão mais crítica do cenário como um todo“.

Ao término da conversa, os físicos discutiram sobre as formas de proteção para pacientes grávidas e lactantes, as normas existentes em relação a essas pacientes e as formas de medição e acompanhamento das doses, quando se faz necessária a exposição. 

Sobre os palestrantes

Yvone Maria Mascarenhas é graduada em Física pela USP, tem mestrado, doutorado e pós-doutorado pelo Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) da USP, com pesquisas sobre radiologia e dosimetria. Atuou como coordenadora de projetos de pesquisa financiados por agências como CNPq e FAPESP e tem ampla experiência na área de Física, atuando principalmente em proteção radiológica, produção de raios-x, radiodiagnóstico, algebraic model e dosimetria.

Renato Dimenstein é físico em Medicina Nuclear e Supervisor Proteção Radiológica. Foi presidente da ABFM (Associação Brasileira de Física Médica) – gestão 2020/2021, especialista em Radiodiagnóstico (ABFM RX-261/680) e supervisor de Radioproteção (CNEN FM-0004). Membro do Conselho  Internacional da IOMP e ALFIM. Coordenador dos cursos de física da JPR (Jornada Paulista de Radiologia). 

Para assistir o webinar na íntegra, e ter acesso ao conteúdo das palestras, acesse o player a seguir aqui

 

É preciso mudar o enfoque da educação das meninas e incentivá-las a ter persistência, diz física Yvonne Mascarenhas

“É preciso mudar o enfoque da educação das meninas e incentivá-las a ter persistência diante das dificuldades. O cérebro feminino é tão capaz quanto o masculino.” A afirmação é da cientista Yvonne Primerano Mascarenhas, a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), em 1956, e uma das pioneiras na fundação do então Instituto de Química e Física de São Carlos (IQFSC/USP).

Em entrevista exclusiva ao blog da Sapra Landauer, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres, a professora Yvonne Mascarenhas contou parte de sua trajetória profissional e falou sobre a importância de abrir caminho para as mulheres na ciência, estimulando essa atuação desde cedo, com mudanças na educação – dentro e fora das escolas – e com bons exemplos.

“Toda vez que uma mulher é premiada na ciência, outras se inspiram. Esse reconhecimento é um reforço para que mais mulheres assumam o mesmo tipo de atividade. Atualmente isso é até mais viável, já que não existem aquelas famílias numerosas, que obrigavam as mulheres a assumir os afazeres do lar. Hoje, vemos muitos casais que dividem a condução do lar; os dois trabalham e colaboram com as atividades domésticas de forma organizada e isso é uma grande evolução”, observou Yvonne, que teve uma carreira brilhante na ciência.
Foi pesquisadora na Universidade de Princeton, professora visitante no Instituto Politécnico Nacional do México, orientou inúmeros Mestrados e Doutorados e, em 1998, recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe Grã-Cruz, concedido pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

Para ela, o mesmo olhar que permitiu às mulheres essa abertura profissional, deve ser ampliado também para a educação na sociedade. “Quando você vai comprar um brinquedo para uma criança, a primeira questão do vendedor é se quem vai ganhar o presente é menino ou menina. Se for menina, ele te leva para a seção de bonecas e pequenas cozinhas; já se for menino, você é direcionada para a seção de games e eletrônicos. Ou seja, o estímulo às meninas pode começar daí, desde cedo”, ressaltou a cientista.

Nascida em Pederneiras em 1931, Yvonne mudou-se para o Rio de Janeiro aos 10 anos. Neta de imigrantes italianos, carrega consigo a força intrínseca da família, que precisou lutar para se estabelecer no Brasil. Seus pais – Francisco Primerano e Luiza Lopes Primerano – consideravam prioritário o recurso para educar os filhos, tanto que além dela, suas duas irmãs seguiram carreira científica: uma como professora de Física na Unicamp e outra como física médica nos EUA, especializando-se no tratamento de câncer por radiação.

(Foto: Léo Ramos Chaves | Revista Pesquisa FAPESP)

(Foto: Léo Ramos Chaves | Revista Pesquisa FAPESP)

Ainda menina, Yvonne teve aula com a escritora Cleonice Berardinelli, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), com quem aprendeu a amar poesias e a língua portuguesa. A acadêmica Cleonice, falecida recentemente, era considerada uma referência em estudos da literatura portuguesa, e a influenciou sobremaneira.

“Sempre fui introspectiva, gostava muito de ler e tive sorte de ser aluna da professora Cleonice Berardinelli, que me inspirou muito, tanto que cheguei a pensar em seguir carreira nessa área. Mas no Curso Clássico (atual Ensino Médio), tive um professor de química muito bom e colegas interessantes, como a Anna Maria Endler, uma grande amiga. Analisando tudo o que eu poderia desenvolver na vida, compreendi que eu seria mais útil seguindo carreira de química. E durante a graduação em Química, na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), me encantei com a disciplina de físico-química, ao estudar as transformações no sentido de transferência de energia”, contou.

Assim, em 1954, após graduar-se em química, Yvonne obteve o título de bacharel em Física pela Universidade do Estado da Guanabara (atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro). E em 1956, foi contratada como professora assistente pela Escola de Engenharia de São Carlos, na época única unidade da Universidade de São Paulo na cidade, onde Yvonne se estabeleceu e construiu carreira, desempenhando importante papel na vida de seus colegas e pupilos, na formação da cristalografia no Brasil e na consolidação do IFSC-USP, do qual foi sua primeira diretora, entre 1994 e 1998, logo após o desmembramento do IQFSC.

Carreira x Vida Pessoal

Para a professora Yvonne, o fato de se mudar para uma cidade do interior de São Paulo facilitou a conciliação da vida pessoal e profissional, o que, muitas vezes, acaba sendo um impedimento para que mulheres sigam na carreira científica. “No Rio de Janeiro, tive que limitar minhas atividades quando meu primeiro filho nasceu. Parei com aquelas que exigiam minha ida ao laboratório e comecei a dar aulas particulares em casa. Por outro lado, morando em São Carlos, tudo ficou mais fácil, porque as distâncias eram menores”, explicou.

A carreira em pesquisa é árdua e exige dedicação, um desafio para mulheres que querem conciliar trabalho e família. Segundo dados da Unesco, as mulheres representam 33,3% de todos os pesquisadores no mundo e apenas 12% delas são membros de academias científicas nacionais. A presença de pesquisadoras cai ainda mais quando o foco está em tecnologia e inovação: apenas uma em cada cinco profissionais atua nessas áreas.

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2015, justamente como forma de aumentar a conscientização sobre a presença e a excelência das mulheres na ciência.
“A presença da mulher é importante para que ela possa dar sua contribuição natural, afinal, a mulher tem grande sensibilidade e, em geral, contribui com a qualidade do ambiente de trabalho, o que faz toda diferença no sucesso das pesquisas. Dizem que a mulher escolhe caminhos indicados por sua intuição, e o que chamamos de intuição, na verdade, é a experiência acumulada” observou a professora Yvonne.

Barreira Educacional

Para a física, é fundamental suplantar a barreira educacional para que as jovens tenham mais coragem e condições de percorrer o caminho da ciência. “Frequentemente, as mães falam para as crianças: isso seu pai resolve ou deixe com o seu pai que é coisa de homem. Ou seja, há um direcionamento desde cedo. Mas é uma questão de expor a menina a ter experiências interessantes na área de pesquisas. Já temos leis que garantem todos os nossos direitos, antigamente não se aceitavam mulheres na Engenharia ou na Medicina. Hoje, tudo está aberto, só precisa mudar o enfoque da educação das meninas, desde a tenra idade”, ressaltou.

Desde que se aposentou, em 2001, decidiu atuar na difusão do conhecimento em escolas públicas. Teve vários projetos apoiados pela FAPESP e pelo CNPq.“Sempre gostei de me sentir útil e achei que poderia ajudar pessoalmente alunos da rede. Então, procurei escolas com professores interessados em receber esse apoio e iniciei esses projetos, com foco em mudar o padrão da educação das meninas. Sempre gosto de reforçar que o cérebro feminino é tão capaz quanto o masculino, só precisa treinar na direção certa”, afirmou.

Persistência

Um detalhe que não pode passar despercebido é a persistência que as cientistas precisam ter para seguir carreira em pesquisa, aliás, como em qualquer outra área de atuação. Durante a entrevista, a professora Yvonne citou o livro de sua amiga Anna Maria Endler, pesquisadora titular emérita do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.

“Perseverança” conta a história de Anna, uma das primeiras pesquisadoras na área de física no Brasil, suas conquistas e dificuldades inseridas no cenário cotidiano da segunda metade do Século XX. A autora ressalta quatro princípios que sempre lhe foram essenciais: convicção, retidão, verdade e justiça, além da perseverança, claro.

A professora Yvonne a cita com admiração e já recomendando a leitura da obra e a prática de seus ensinamentos. “As mulheres que mais admiro foram justamente aquelas que não se deixaram vencer diante dos reveses da vida, como a Anna Maria. E esse é o caminho, precisamos incentivar as meninas a ter persistência, mesmo que a caminhada seja árdua. Tem que saber o que se quer, treinar o cérebro para ser focado e persistir”, finalizou Yvonne Mascarenhas.

Curso NBPR Sapra tem módulo atualizado com a RDC 611 

O treinamento constante em proteção radiológica integra as diretrizes das resoluções e normas de proteção radiológica. A atualização desses conhecimentos não é só trabalhar para a formação de uma cultura de proteção radiológica com reflexo na criação de ambientes de trabalho mais seguros, mas é uma exigência legal. 

Com mudanças constantes nas legislações, a Sapra Landauer acompanha essas alterações e mantém seu curso de Noções Básicas de Proteção Radiológica (NBPR) atualizado. O treinamento em Noções Básicas de Proteção Radiológica é oferecido para profissionais com atuação ocupacional na área de radiação, trabalhando geralmente em hospitais, clínicas, indústrias ou instituições de ensino em saúde.

O NBPR 

O curso de Noções Básicas de Proteção Radiológica (NBPR) da Sapra Landauer aborda conceitos básicos em proteção radiológica e atualiza conhecimentos de profissionais que atuam na área de radiodiagnóstico. A mais recente atualização foi o desenvolvimento de um módulo extra sobre a RDC nº 611/2022 que revogou a RDC nº 330/2019 e a RDC nº 440/2020. 

Realizado de forma online e com certificado, em um ambiente exclusivo de aprendizagem na internet, o objetivo do curso é fornecer informações sobre proteção radiológica de maneira acessível, para permitir que sejam utilizadas na rotina de trabalho, facilitando a tomada de decisões dos usuários. 

O material que compõe o treinamento aborda conceitos, aplicações, tecnologias, métodos, normas técnicas, uso de EPIs e procedimentos de proteção radiológica. Dessa forma, o curso atende às recomendações da Anvisa e resoluções de órgãos estaduais no país. 

A duração varia de 2 a 4 horas, conforme os conhecimentos prévios do aluno e sua familiaridade com recursos de e-learning. 

Após a conclusão do curso, é gerado um certificado conforme os resultados da avaliação. O programa inclui avaliações formativas e somativas. 

Clique aqui e saiba mais sobre o NBPR, ou entre em contato com a Sapra, por meio do SAC (Gratuito) 0800 055-3567, pelo contato, ou e-mail

Leitura de emergência: como proceder?

 

A Proteção Radiológica compõe um conjunto de medidas que visa proteger profissionais, pacientes e público para um adequado funcionamento dos serviços e dos equipamentos na aplicação que envolvem radiações ionizantes. Existe uma série de aspectos a serem analisados, além de cumpridas normas, portarias e resoluções, de acordo com o tipo de radiação e tecnologia usada na aplicação da radiação. 

Para os profissionais ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes em seus locais de trabalho, os processos e procedimentos são rigorosos e eficientes para monitoração da dose de radiação absorvida por estes profissionais na sua rotina de trabalho.  

As recomendações gerais de proteção radiológica para todos esses profissionais são principalmente para evitar a exposição indevida à radiação e minimizar as exposições. 

Em especial aos profissionais que trabalham e manuseiam materiais radioativos são estabelecidas medidas adicionais, preventivas e necessárias para evitar acidentes que levem à sua contaminação, bem como à contaminação do seu ambiente de trabalho e dos demais profissionais. 

Nas situações de ocorrência fora da rotina, em que haja suspeita ou resultem em exposição acidental dos profissionais, o seu dosímetro individual deve ser enviado para leitura de emergência, em caráter de urgência. 

As leituras de emergências desse profissional devem ser solicitadas à SAPRA Landauer somente pelo Responsáveis pela Proteção Radiológica cadastrado no sistema SAPRA, ou seja, o Responsável Legal (RL) ou Titular do serviço, ou o Responsável pela Proteção Radiológica indicado ou Supervisor de Proteção Radiológica, (SPR) cadastrado, por meio do envio de e-mail ao atendimento@sapra.com.br.  

Neste contato é necessário especificar o código SAPRA da instituição e do usuário. Após este contato, a SAPRA Landauer encaminhará as devidas orientações de como proceder, sendo enviado para facilitar a comunicação: uma nota de esclarecimento e um modelo de carta de notificação da ocorrência e solicitação de leitura de emergência para registro SAPRA. 

Esta carta deverá ser enviada imediatamente após a ocorrência por e-mail devidamente assinada pelo profissional e o Responsável pela Proteção Radiológica ou Substituto cadastrado no sistema SAPRA. Caso este monitor seja enviado à SAPRA para leitura de emergência, antes do envio da remessa, esta carta já enviada por e-mail deverá ser enviada junto com o monitor. Caso seja enviada junto com a remessa de monitores esta carta deve ser anexada, além do documento de “RME – Relação de Monitores Enviados”, normalmente enviado.

Essa solicitação de leitura de emergência poderá ser feita sempre que o Responsável pela Proteção Radiológica (SPR e/ou (RL) julgar necessário, principalmente quando existir suspeita de que o usuário do monitor tenha sido exposto a uma dose elevada.

Em caso de exposição acidental envolvendo altas doses é recomendado que os responsáveis forneçam informações às autoridades sobre a investigação interna e fornecer suporte para acompanhamento médico e tratamento do profissional.

Para notificações de ocorrência com o monitor ou a remessa de monitores que envolva exposição não recebida pelos profissionais, a SAPRA Landauer está à disposição para orientações especiais para estas situações. Em caso de dúvidas a SAPRA Landauer sempre está à disposição dos responsáveis através do SAC (Gratuito) 0800 055-3567 ou solicitação por meio do contato, ou e-mail.

Contribuições e Mudanças com a RDC 611

A Resolução da Diretoria Colegiada de número 611 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ou RDC 611, foi instituída no primeiro semestre de 2022 e trouxe uma série de contribuições e mudanças para a área da proteção radiológica.

A RDC 611 “estabelece os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista e regulamenta o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas”.

Dentre as principais contribuições da RDC 611 está a abrangência de todas as pessoas jurídicas ou físicas, de direito privado ou público, civis ou militares envolvidas com radiações ionizantes, tais como:

  • Prestadores de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista, incluindo Medicina Veterinária;
  • Empresas de fabricação e comercialização de equipamentos para utilização em radiologia diagnóstica ou intervencionista, bem como seus componentes e acessórios; e
  • Instituições que utilizam as radiações em atividades de pesquisa e de ensino em saúde humana.

Outra importante contribuição da RDC 611 se refere aos requisitos de uma Estrutura Organizacional para implantação e estabelecimento de programas, tais como:

  • Programa de Proteção Radiológica que contemple medidas de prevenção, controle e vigilância e monitoramento, para garantir a segurança e a qualidade dos procedimentos radiológicos;
  • Programa de Garantia da Qualidade, conforme estabelecido nesta Resolução, nas demais normativas aplicáveis (instruções normativas (IR 91 a 97, que inclui equipamentos de ultrassonografia e ressonância magnética) e nas instruções de uso dos fabricantes;
  • Programa de Educação Permanente, para todos os profissionais, que contemple:

– Normas aplicáveis, rotinas, protocolos e procedimentos operacionais;

– Segurança do paciente;

– Gerenciamento dos riscos inerentes às tecnologias utilizadas;

– Programa de Garantia da Qualidade (PGQ) – treinamento para implantação efetiva PGQ;

– Programa de Proteção Radiológica.

Além dessas contribuições, a RDC 611 também definiu outras regras dentro da  Estrutura Organizacional para a prestação de serviços de radiologia diagnóstica e intervencionista com qualidade e competência. Essas ações se referem, dentre outros, a atribuições, responsabilidades e gestão:

  • Aprimoramento constante dos procedimentos radiológicos e em proteção radiológica;
  • Definição clara das cadeias hierárquicas para a tomada de decisão no âmbito do estabelecimento;
  • Gerenciamento das tecnologias, dos processos de trabalho e de risco;
  • Gestão de documentos;
  • Medidas de vigilância e monitoramento em proteção radiológica.

Monitoração Individual

A Monitoração Individual é essencial para estabelecer as medidas de vigilância e monitoramento em proteção radiológica, e para cumprir o princípio de proteção radiológica de Limitação de Dose, além de constituir um mecanismo efetivo para o princípio de proteção de otimização:

  • Conforme Art. 65, todo indivíduo ocupacionalmente exposto deve usar dosímetro individual durante sua jornada de trabalho e enquanto permanecer em área controlada.
  • Conforme Art. 66, o dosímetro individual de que trata o art. 65 deve ser utilizado estritamente como estabelecido nas instruções de uso do laboratório de monitoração individual e no Programa de Proteção Radiológica.

Lembrando que a Monitoração Individual é obrigatória de acordo com a legislação federal da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

 

Para conhecer a RDC 611/2022 na integra, acesse aqui.