Sua palestra abordará as tecnologias TL e OSL para dosimetria pessoal. Quais as principais diferenças e vantagens de cada uma?

A dosimetria OSL é uma evolução tecnológica de dosimetria, muitos foram os ganhos de processo, aqui podemos citar 3 aspectos:

  • Segurança de resultado: possibilita realizar a re-leitura do dosímetro OSL, isso oferece uma grande segurança na avaliação das doses reportadas;
  • Ampliação dos limites de medida: ampliação do range de detecção, tanto do valor mínimo de detecção de dose como do limite superior máximo de linearidade do  detector;
  • Segurança da prestação do serviço: o sistema InLight permite realizar leitura dos dosímetros em qualquer leitor InLight sem perda de acuracidade devido ao processo de intercomparação entre os leitores.

Como foi, em linhas gerais, o processo de certificação para o lançamento da tecnologia OSL no Brasil? Qual o papel da CNEN, da Sapra Landauer e outros órgãos envolvidos?

O Brasil possui o sistema mais avançado de certificação de dosimetria pessoal externa da América Latina. Temos o CASEC/IRD/CNEN que analisa o processo de cada serviço, certifica e acompanha todos os serviços de dosimetria individual externa. A obtenção da licença OSL foi lenta no Brasil pois as inovações que envolvem essa tecnologia ainda são recentes. Foram necessários alguns anos para que a competência em dosimetria OSL fosse desenvolvida dentro do IRD. Após o desenvolvimento os processos de análise e acompanhamento do serviço com dosimetria OSL se tornaram possíveis. Foram enormes os ganhos técnicos e processuais que obtivemos com a implantação da dosimetria OSL em nosso serviço.

De modo geral, como o mercado brasileiro de serviços de dosimetria tem acompanhado a evolução das pesquisa e desenvolvimento de inovação nessa área?

A aceitação e entusiasmo pela mudança foram surpreendentes. Nossos usuários aprovaram a mudança tecnológica. Hoje, com menos de 2 anos de conversão, aproximadamente 80% dos nossos usuários já estão utilizando a nova tecnologia OSL, o que demonstra o interesse e aprovação por novas tecnologias.

Como se dá, no caso da Sapra Landauer, a aproximação e o intercâmbio de conhecimento com universidades e centros de pesquisa?

A Sapra sempre manteve uma relação estreita com as universidade e centros de pesquisa. Acreditamos que a excelência encontrada nos centros de pesquisa devem ser apropriadas pelos serviços e, consequentemente, pelos usuários de dosimetria o mais rápido possível. Nossa parceira Landauer Inc., em colaboração com a Universidade de Oklahoma foi pioneira  no desenvolvimento do sistema OSL comercial para serviços de dosimetria e mantém constantes as iniciativas em inovação tecnológica.

Dra. Yvone M. Mascarenhas

Graduada em Física pela USP, com mestrado, doutorado e pós-doutorado pelo Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC), da USP, com pesquisas sobre radiologia e dosimetria. É diretora-presidente da Sapra Landauer. Também tem mestrado pela Universidade de Yale, New Haven, e realizou projeto de pesquisa “sandwich” no Argonne National Lab e MBA na FEA – USP, em Ribeirão Preto. Atuou como coordenadora de projetos de pesquisa financiados por agências como CNPq e FAPESP. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Radiologia e Dosimetria, atuando principalmente nos seguintes temas: proteção radiológica, produção raios-x, radiodiagnóstico, algebraic model e dosimetria.