Físico Renato Dimenstein, que atua em medicina nuclear no Hospital Albert Einstein, fará apresentação sobre o tema no Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial, realizado pela Sapra Landauer, no próximo dia 15 de março, em São Paulo.

Os aspectos físicos da redução de doses de radiação em exames de Raio X, tomografia, medicina nuclear e mamografia, sem interferência na qualidade de imagens diagnósticas, é o tema da palestra que o físico Renato Dimenstein irá ministrar no Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial, que será realizado pela Sapra Landauer, no próximo dia 15 de março, em São Paulo, no Hotel Nobile Paulista Prime, das 14 às 17 horas.

Dimenstein é autor de várias publicações na área de física médica e proteção radiológica. Atualmente trabalha no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, e atua na área de medicina nuclear.

Segundo ele, sua palestra será uma apresentação prática de como é possível implementar a redução de doses de radiação, sem que isso aumente muito o ruído ou reduza a qualidade de imagens diagnósticas. Nesse sentido, adianta o físico, são necessários determinados estudos quanto ao impacto de quilovolt, miliampère e espessura de corte na tomografia de reconstrução.

Na opinião de Dimenstein, o mercado brasileiro de serviços de dosimetria tem acompanhado a evolução das pesquisas e desenvolvimento de inovação nessa área.

Temos diversos estudos aplicados a diagnóstico médico no sentido de reduzir a dose de radiação em trabalhadores e pacientes usando determinadas técnicas radiológicas, como redução do campo de radiação, filtração e reconstrução da imagem”, descreve. “Em hemodinâmica existem novos sistemas de dosimetria que permitem uma mudança de atitude nas empresas, garantindo que, diariamente, em exames e procedimentos de radiologia vascular, o operador controle sua dose de radiação de uma forma imediata”, exemplifica.

Renato Dimenstein afirma ainda que existem diversas questões com relação a trabalhadores e pacientes expostos a radiação nos termos de saúde, seja ocupacional ou da amenização de efeitos biológicos. “O uso indiscriminado de métodos de diagnósticos com radiação deve ser otimizado ou, no mínimo, justificado. O que não faz muito sentido, por exemplo, são pacientes pediátricos com suspeitas de sinusite serem submetidos indistintamente a procedimentos de tomografia da face. É necessário reduzir a dose dos exames de diagnóstico por imagens, bem como limitar essas atividades à menor dose quanto razoavelmente possível”, defende o físico, alertando para o fato de que pacientes com menos de 15 anos são dez vezes mais sensíveis às doses de radiação do que adultos.

Dimenstein ressalta que a preocupação com redução de doses é uma questão mundial que deve ser incorporada pelos serviços de diagnósticos por imagens. “É de extrema importância que as comunidades de radiologia, de física médica e de biomedicina ou tecnologia em radiodiagnósticos possam realmente rever seus protocolos de imagens para reduzir a dose o quanto for razoavelmente exequível, em termos da filosofia do Alara. Isso, muitas vezes não é simples, requer estudos e um trabalho em equipe entre médicos engenheiros, biomédicos, tecnólogos e físicos”, conclui Renato Dimenstein.

O encontro técnico

A segunda edição do Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial da Sapra Landauer irá destacar a mudança de grandeza utilizada atualmente pelos serviços de dosimetria individual externa no Brasil, que passará da grandeza Hx — equivalente de dose em Sievert (mSv) — para a chamada dose equivalente a uma profundidade, ou Hp(10), grandeza já adotada na maioria dos países, conforme o Sistema Internacional (SI).

Para esclarecer o que muda com a adoção dessa nova unidade, o encontro terá uma palestra da física e diretora-presidente da Sapra Landauer, Yvone Maria Mascarenhas, que vai apontar as vantagens da nova grandeza a ser adotada no país, que resultará na modernização dos serviços de dosimetria individual externa e na maior integração dos laboratórios brasileiros à comunidade internacional, que há mais de 20 anos já utiliza o padrão Hp(10).

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet, no site da Sapra Landauer. As vagas são limitadas.

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