Radiologia veterinária: dos riscos iminentes à proteção necessária

Diretora da Associação Brasileira de Radiologia Veterinária (ABRV), Tilde Froes, destaca quais são os riscos da radiologia para os profissionais diretamente envolvidos.

A sala de radiologia está pronta. O biombo foi cuidadosamente montado para que o profissional se protegesse, todos os detalhes foram meticulosamente conferidos e o paciente está acomodado e preparado para o procedimento. Tudo parece caminhar bem, mas quando o operador dos Raios X vai para trás do biombo, o paciente se mexe. Muitas vezes, o operador volta e até o segura durante o processo. Eis o risco iminente.

Em radiologia veterinária, essa situação é mais comum do que parece, já que ainda não está disseminado no Brasil o hábito de sedar os animais para fazer uma radiografia. E na tentativa de encontrar a melhor posição para o raio X e garantir que o paciente fique inerte, o radiologista acaba se descuidando dos procedimentos básicos de segurança com a sua própria saúde.
Vale lembrar que a radiação é uma energia em movimento, e se não utilizada corretamente, pode prejudicar a saúde humana. E talvez porque não seja visível, muitos profissionais se esquecem de garantir essa proteção tão importante e regulamentada.

Para a professora Tilde Rodrigues Froes, chefe do Serviço de Diagnóstico por Imagem do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e diretora da Associação Brasileira de Radiologia Veterinária (ABRV), esse é um assunto de extrema importância.

“A proteção radiológica na veterinária tem que ser tratada com o mesmo cuidado da medicina. Primeiro porque é uma norma e precisa ser seguida; segundo porque na veterinária é preciso criar estratégias para evitar que o profissional se exponha à radiação, tanto primária, quanto secundária, porque o raio “bate e volta”. É a conhecida radiação espalhada. Então, ele precisa ter ferramentas ao seu dispor, como um saco de areia, por exemplo, que o ajudem a manter o paciente em determinada posição para evitar essa exposição profissional”, explica.

Formada há 25 anos, na época do boom da ultrassonografia, Tilde fez pós-doutorado em Técnicas avançadas de diagnóstico por Imagem em animais de companhia na Universidade da Pensilvânia. Passou oito meses acompanhando a rotina de raio X, já que o currículo era mais voltado à prática. Foi de lá que ela confirmou o conceito de sedação dos animais para a radiologia.
“No início nós encontramos resistência, muitas pessoas achavam que não era necessário. Mas é um risco a mais para o profissional. Agora não é porque o paciente está sedado, que outros cuidados podem ser relaxados. O risco é iminente. Então, precisamos estar atentos”, destaca.

Tilde ressalta que adquirir um equipamento de Raios X, não é o suficiente para que o serviço seja disponibilizado. É preciso ter um preparo para fazer a radiologia. “Assim como os preparativos são necessários na prática cirúrgica, também são fundamentais na prática de Raios X. E esse é um conceito que já temos trabalhado na universidade, então, é uma sementinha que vai sendo lançada para que todos tenham essa consciência”, afirma.

Proteção radiológica

As atividades de proteção radiológica seguem alguns princípios fundamentais, entre eles, a otimização da proteção radiológica, que tem o objetivo de preservar a segurança e a saúde dos indivíduos expostos à radiação ionizante nos locais em que se utilizam equipamentos de radiação, incluindo pacientes, profissionais e o público em geral.

Outro ponto importante é a limitação de doses individuais. As normas do setor estabelecem que profissionais ocupacionalmente expostos à radiação ionizante devem utilizar, em sua jornada de trabalho, um monitor de tórax, para estimar a dose efetiva de corpo inteiro. E de acordo com a atividade exercida, também deve usar um monitor de extremidade, em forma de anel ou pulseira.
Tilde ressalta a importância da atenção a esse detalhe, mesmo quando o paciente está sedado. “Primeiro porque é uma norma e como tal deve ser seguida. Segundo porque, às vezes, mesmo com o paciente sedado, o radiologista acaba se expondo para ajustar o animal. Aqui entram aquelas ferramentas que mencionei, como o saco de areia ou uma pá, por exemplo, que podem ajudar a posicionar corretamente o paciente e evitar que o profissional tenha uma exposição primária. Ainda assim, existe o risco da exposição secundária, porque o raio bate e volta”, explica.

Nesse sentido, utilizar os dosímetros para controlar e dosar essa exposição, é tão essencial quanto usar luvas, óculos e protetor de tireóide.

Conscientização

Com o objetivo de ampliar as discussões sobre o assunto e estimular a conscientização sobre a importância da proteção radiológica, diversos eventos têm sido realizados pelo país. Um deles foi promovido pela Sapra Landauer e contou com o apoio da ABRV.

“A Dra. Yvone Mascarenhas percebeu doses muito altas de radiação nos veterinários, então, entrou em contato conosco para realizarmos esse Webinar sobre Proteção Radiológica na Medicina Veterinária, e esse evento foi muito bom. É preciso criar o hábito da proteção radiológica em nosso meio. É uma luta mundial na veterinária”, destaca Tilde.

Para ela, eventos técnicos sobre esse assunto devem ser cada vez mais divulgados para que a conscientização seja ampliada e a prática da dosimetria definitivamente adotada.

O perigo oculto do atraso na devolução dos monitores

Você sabe qual é o prazo correto para devolução dos monitores para a Sapra Landauer? Confira todos os detalhes para que o processo ocorra corretamente.

O atraso na devolução dos monitores pode até parecer algo inofensivo, mas traz em si um perigo oculto: o comprometimento de todo o processo de envio e recebimento das remessas seguintes.

Neste artigo você vai ver os requisitos básicos de proteção radiológica, os problemas decorrentes do atraso na devolução dos monitores e o que isso pode acarretar para a sua empresa.

Proteção radiológica

Os requisitos básicos de proteção radiológica das pessoas ocupacionalmente expostas à radiação ionizante, estabelecidos na Norma CNEN NN 3.01, determinam a utilização de monitores individuais de proteção radiológica, de tórax ou em forma de anel ou pulseira, conforme a atividade exercida.

O objetivo é preservar a saúde de trabalhadores e minimizar os riscos derivados do uso de radiações ionizantes. Contudo, há detalhes que devem ser observados.

No Brasil, a periodicidade da dosimetria individual externa é mensal, conforme a regulamentação vigente. Assim, os dispositivos de monitoração devem ser trocados a cada 30 dias. Os monitores devem, necessariamente, ser devolvidos via postal para análise da Sapra Landauer que, então, encaminhará nova remessa de dosímetros.

O processo de troca dos monitores

O contrato com a Sapra Landauer estabelece que o uso do monitor deve ter início no dia 1º ou 16 de cada mês, e deve ter duração de 30 dias.

A Sapra Landauer envia uma nova remessa de monitores às empresas mês a mês, de modo que eles sejam entregues antes do final do período de uso. Isso porque a devolução dos monitores deve ser feita após a troca, já que nenhum colaborador pode trabalhar sem o dosímetro individual.

Até aí, tudo bem. O ponto chave é que as empresas precisam fazer a devolução imediatamente ou em, no máximo, até 3 dias após a troca dos monitores. Um atraso de poucos dias em um único mês prejudica todo o processo de envio/recebimento de monitores e pode até se tornar um risco de compliance.

Veja como funciona:

Cerca de 2 dias antes de completar o período de uso da remessa azul, por exemplo, a empresa recebe a remessa verde de monitores, para uso no mês seguinte. A devolução dos dosímetros que estavam em uso (azuis) deve ser feita pelos Correios em até 3 dias.

Isso porque a Sapra Landauer tem que fazer o recebimento dos monitores, a leitura, a análise das doses radiológicas e a emissão do relatório de doses desta remessa, antes de enviar a próxima, que também será azul, enquanto a verde está em uso.

Se considerarmos que os Correios podem levar até 10 dias para fazer a entrega, os monitores da nova remessa devem sair da Sapra, no máximo, 10 dias antes da data de troca. Com isso, o período que sobra para todo o trabalho que deve ser realizado pela Sapra é justíssimo.

Então, o processo ideal é assim:

  • Período de envio para a empresa = 10 dias (Correios)
  • Tempo de troca de monitores e envio pelo cliente = 3 dias
  • Período de devolução após a troca = 10 dias (Correios)
  • Tempo entre recebimento, análise e novo envio (Sapra) = 7 dias

Desta forma, o processo de troca de monitores é realizado sem intercorrências.

O problema do atraso

Um atraso na devolução dos monitores, por menor que seja, vai gerar um acúmulo de toda a demanda, comprometendo o prazo das próximas remessas.

Numa comparação simples, é como em uma conta bancária que entrou no vermelho. No mês seguinte, a sua receita já não será mais suficiente para cobrir os custos do mês, porque terá que suprir o valor que estava negativo. E mês a mês esse rombo aumenta.

Com os monitores, a situação é parecida. A devolução tardia compromete os processos de leitura e produção de relatórios realizados pela Sapra e prejudica a aferição de doses e proteção radiológica das pessoas monitoradas.

Entenda o que ocorre se houver atraso:

  • Vamos supor que o cliente demore 10 dias para fazer a devolução e poste os monitores no dia 10 daquele mês;
  • A Sapra receberá os monitores entre os dias 17 e 20 do mesmo mês;
  • Contudo, a Sapra teria que postar a nova remessa dos monitores, no máximo, 10 dias antes da data de início de uso, quando a troca deve ser realizada.

Ou seja, não há tempo suficiente para que a Sapra cumpra todos os procedimentos – recebimento, leitura, análise e emissão do relatório – necessários para o próximo envio.
Assim, se a devolução de monitores já utilizados demorar para ocorrer, todo o processo sofrerá atraso. Com isso, a troca de monitores, que deveria ser realizada em 30 dias, pode ser prejudicada.

Riscos iminentes

O envio tardio em um único mês gera um encavalamento do processo nos meses seguintes. A empresa corre risco de compliance porque o atraso igual ou superior a 90 dias resulta em LI – Leitura Impossível.

Nesses casos, apesar de a Sapra realizar a leitura e análise de todos os monitores recebidos (independentemente do período de uso), não poderá emitir o relatório indicando os valores de dose, mas sim de acordo com a legislação vigente, a dose será indicada como LI.

Sem contar que a demora na postagem dos monitores, que resulta em período de uso não regular, é um indicativo de indiferença com a Proteção radiológica por parte da instituição.

Em resumo, pequenos atrasos geram grandes problemas. Por isso a Sapra Landauer recomenda insistentemente que seja feita a troca regular dos monitores imediatamente após o recebimento da nova remessa ou em, no máximo, 3 dias.

Para tirar suas dúvidas sobre esse assunto, clique aqui e entre em contato conosco.

Pílulas de conhecimento sobre o Gerenciador de Proteção Radiológica (GPR): acessando o sistema

“Pílulas sobre o GPR” é uma série de conteúdos que aborda funcionalidades e usos do sistema de gerenciamento de proteção radiológica oferecido pela Sapra Landauer.

 

Solicitação acesso ao GPR

O Gerenciador de Proteção Radiológica (GPR) é um sistema online que permite o gerenciamento e consulta de dados com opções de consulta imediata e com atualização diária.

Você sabe como solicitar a chave de acesso ao Gerenciador de Proteção Radiológica? Confira o passo-a-passo abaixo para obter sua chave de acesso:

  1. Acesse o sistema do Gerenciador de Proteção Radiológica Online (GPR);
  2. Clique no campo clique aqui para solicitar a chave de acesso“;
  3. Preencha todos os campos solicitados no formulário e clique em salvar.

Atenção

O acesso ao GPR On-line é disponibilizado apenas para o titular ou responsável legal, responsável por proteção radiológica e por envio e recebimentos dos monitores, identificados na contratação do serviço junto a Sapra Landauer.

Caso o solicitante da chave de acesso não seja o indicado no contrato de prestação do serviço, é necessário que após o preenchimento do formulário de solicitação, o responsável legal ou pela proteção radiológica envie o termo referente ao tipo de acesso — que está disponível no formulário de solicitação — assinado para o e-mail gpr@sapra.com.br.

 

Acessando o sistema GPR

Caso já possua sua chave de acesso basta seguir o passo-a-passo abaixo para acessar o sistema GPR:

  1. Acesse o sistema do Gerenciador de Proteção Radiológica Online (GPR);
  2. Informe o seu login e senha (definidos no formulário de solicitação de acesso ao GPR);
  3. Clique em “Não sou um robô” e em seguida clique em entrar.

 

Saiba mais sobre o acesso ao sistema no vídeo abaixo:

Este vídeo é integrante do Treinamento sobre uso do GPR, disponível através do Sapra Treinamentos, o ambiente virtual de aprendizagem e treinamento da Sapra Landauer e da Central de ajuda do GPR.

Nota de Falecimento


É com profundo pesar que comunicamos a nossos clientes e colaboradores o falecimento, nesta segunda-feira, dia 31 de maio, do físico, professor, pesquisador e fundador da Sapra Landauer Serviço de Assessoria e Proteção Radiológica, Sérgio Mascarenhas de Oliveira, aos 93 anos, no Hospital São Paulo, em Ribeirão Preto.

Ativo ao longo de sete décadas, Mascarenhas dedicou sua vida a criar, aplicar e disseminar tecnologia para solucionar problemas concretos da sociedade e atender demandas relevantes de empresas e instituições de pesquisa.

A importância de seu legado é imensa e inclui a criação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Embrapa Instrumentação. Professor emérito da USP, pesquisador emérito do CNPq e presidente de honra da SBPC, produziu e ajudou a produzir dezenas de contribuições tecnológicas de alto impacto, fartamente documentadas e com aplicações reconhecidas nas áreas da física médica, engenharia de materiais e instrumentação.

Mascarenhas lecionou, pesquisou, desenvolveu tecnologias e recebeu títulos e cargos distintivos em dezenas de universidades e centros de pesquisa aplicada de renome mundial, mas sempre escolheu e priorizou o Brasil para plantar suas sementes. Atuou no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e em centros do mesmo quilate na Inglaterra, Alemanha, México e Japão, onde inovou usando métodos de dosimetria para medir a radiação a que foram expostas vítimas da bomba atômica.

Foi justamente o acúmulo desse conhecimento científico e tecnológico que o levou, em fevereiro de 1979, a fundar a Sapra Serviço de Assessoria e Proteção Radiológica, primeira empresa nacional de base tecnológica dedicada integralmente a esse setor, tendo recebido, para tanto, a colaboração e apoio do pesquisador norte-americano John Robert Cameron, da Universidade de Wisconsin. Ao lado de Sérgio no início do empreendimento estiveram seus filhos Sérgio Roberto, Helena, Paulo Roberto e Yvone Maria, os dois últimos também físicos e atualmente diretores da empresa.

Mais do que criar novas tecnologias, o trabalho de Mascarenhas por meio da Sapra foi decisivo para introduzir um novo paradigma e, com isso, aprimorar a cultura de segurança e proteção entre profissionais ocupacionalmente expostos à radiação, conscientizando-os sobre a importância da dosimetria individual externa em radiodiagnóstico médico.

Foi também a partir da visão estratégica de Sérgio que a Sapra associou-se, em outubro de 1998, à maior empresa mundial de dosimetria, a Landauer Inc, passando a adotar sua atual razão social e a intensificar sua presença internacional, tornando-se parceira da ALSA Dosimetria, líder de mercado no México.

Já nos anos 2000, a vocação inovadora semeada por nosso fundador foi novamente uma força motriz da Sapra com a introdução, até então inédita no Brasil, da tecnologia de dosimetria por luminescência opticamente estimulada, ou OSL, considerado atualmente o mais avançado método para monitoração pessoal de indivíduos ocupacionalmente expostos à radiação.

Se hoje a Sapra pode orgulhar-se de ser a maior empresa brasileira de proteção radiológica, isso se deve principalmente a Sérgio Mascarenhas de Oliveira, nosso fundador, guia e mestre de ciência, tecnologia e empreendedorismo. Ele será sempre uma referência para nossa empresa e uma inspiração para o trabalho de nossos funcionários, colaboradores e parceiros.

São Carlos, 1 de junho de 2021

Sapra Landauer Serviço de Assessoria e Proteção Radiológica