Palestra: Matriz de risco em aplicações de radiações ionizantes em centros cirúrgicos

Palestra abordará riscos da radiação em centros cirúrgicos e conscientização dos profissionais da saúde

A física Rochelle Lykawka atua no controle de qualidade, proteção radiológica e dosimetria em radiologia intervencionista no Hospital de Clínicas de Porto Alegre  

Os riscos associados ao uso da radiação em centros cirúrgicos serão abordados na palestra que será ministrada pela física Rochelle Lykawka, durante o Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial – Radiologia Intervencionista, que será realizado pela Sapra Landauer, no próximo dia 22 de agosto, em São Paulo.

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Com experiência profissional de 18 anos na área de radiodiagnóstico, Rochelle Lykawka atua hoje nas áreas de controle de qualidade, proteção radiológica e dosimetria em radiologia intervencionista no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS).

A física deve destacar em sua abordagem, entre outras técnicas, o uso da fluoroscopia (arco cirúrgico ou angiógrafo) em bloco cirúrgico e o risco associado em função da emissão de radiação X não reconhecido nem pelas organizações que fazem a fiscalização e licenciamento destes estabelecimentos de saúde e nem pelas equipes que deles fazem uso.

“Temos hoje os sistemas tipo arco cirúrgico, raios X móvel e as salas híbridas (angiógrafos) que emitem radiação e não têm risco reconhecido. Por isso, durante a palestra, vamos abordar estes aspectos de segurança, quantificando e caracterizando a exposição destes trabalhadores à radiação através do uso de dosímetro individual, bem como de dosímetro eletrônico, que permite a leitura em tempo real e possibilita determinar a matriz de risco a que estão expostos estes profissionais”, afirma ela.

Dra. Rochelle alerta que a exposição à radiação nos centros cirúrgicos pode ser equivalente a que é exposto o profissional da hemodinâmica em intervenções cardiovasculares, cujo risco é comprovadamente alto conforme publicações e ações internacionais. “Existem estudos que relatam o alto risco de exposição à radiação a que estão submetidos os profissionais de cardiologia intervencionista, a ponto das recomendações internacionais já terem sido alteradas na busca de reduzir tal risco”, acrescenta.

Na opinião da física, é preciso trabalhar essa questão no processo de formação educacional dos profissionais. Ela também aponta a importância do olhar do profissional de proteção radiológica dos estabelecimentos de saúde com relação às suas equipes e ambientes dos centros cirúrgicos, desde a classificação das áreas que fazem uso dos sistemas de fluoroscopia – mesmo móveis como o arco cirúrgico, até o dimensionamento de dosimetria individual e uso de equipamentos de proteção individual quando assim julgarem necessário.

TEMPO REAL

Dra. Rochelle ressalta que o uso do dosímetro individual pelos indivíduos ocupacionalmente expostos é uma exigência legal e afirma que o uso do dosímetro eletrônico em tempo real vem se mostrando também um importante instrumento de avaliação do risco.

Com o equipamento, é possível observar a exposição a que médicos e funcionários estão sendo submetidos em tempo real, em um monitor disposto dentro da sala de procedimentos. Com auxílio de um sistema de sinaleira, o dosímetro eletrônico torna a exposição à radiação algo “visível”, de forma a ajustar o comportamento e minimizar a exposição desnecessária à radiação.

“Uma função importante deste dosímetro em tempo real é a educação e conscientização dos profissionais. Ele possui um display que aponta de forma bem clara e rápida o nível de exposição de cada um, no momento do procedimento. Assim possibilita a mudança de posicionamento dentro da sala”, explica ela. ”Os profissionais da nossa instituição portam sempre o dosímetro individual. Além deste, periodicamente nós utilizamos também o dosímetro em tempo real para fins de capacitação inicial e de reciclagem em proteção radiológica.”, salienta, completando que o dosímetro eletrônico, além do auxílio para educação e otimização em proteção radiológica, permite a elaboração da matriz de risco de exposição à radiação ionizante dos profissionais da equipe cirúrgica – estimando a exposição de cada profissional em sala de procedimento.

“Tivemos uma publicação recente que fez uso do dosímetro eletrônico para definir as curvas de isodose das equipes de urologia no centro cirúrgico de nossa instituição. Foi possível validar que os níveis de exposição à radiação aos quais estes profissionais são submetidos é bastante significativa. Porém, estas equipes, na grande maioria dos centros cirúrgicos no Brasil, não são monitoradas individualmente.”, adverte.

O Encontro Técnico de Proteção Radiológica nas Áreas Médica e Industrial será realizado dia 22 de agosto, das 14 às 17 horas, no Hotel Estanplaza Paulista, na capital paulista. As vagas são limitadas e as inscrições gratuitas, podendo ser feitas pela internet, por meio do site da Sapra Landauer.