Educação continuada e tecnologia: caminhos para práticas mais seguras

 

A Sapra Landauer e a Associação Brasileira de Radiologia Veterinária (ABRV) promoveram o webinar “Radioproteção Veterinária na Prática: o futuro chegou”, reunindo especialistas em radioproteção e medicina veterinária. O encontro apresentou pesquisas recentes e discutiu soluções para tornar as práticas em clínicas e hospitais veterinários mais seguras e alinhadas às inovações da área.

O encontro foi aberto pela Dra. Maria de Fátima Magon, responsável técnica e gerente de operações e do sistema da qualidade na Sapra Landauer. “Nosso compromisso é fomentar a disseminação do conhecimento e a promoção de uma cultura de radioproteção. Só conseguiremos enfrentar os desafios atuais e construir práticas mais seguras para o futuro se unirmos esforços entre diferentes setores e instituições”, afirmou.

O setor veterinário vive um momento de transformação digital acelerada, com tecnologias de imagem cada vez mais sofisticadas sendo incorporadas à rotina clínica. Os dados apresentados mostraram que apenas 52% dos serviços veterinários possuem memorial descritivo, enquanto 36% não contam com responsável técnico definido e quase 20% não utilizam dosímetros regularmente. 

Um dos achados mais relevantes indica que 64% dos profissionais demonstraram interesse em capacitação sobre a RDC 611/2022 da Anvisa, revelando uma demanda por maior qualificação no setor. O médico veterinário Dr. Vitor Molina, vice-presidente da Associação Brasileira de Radiologia Veterinária e autor da pesquisa, enfatizou a necessidade de educação continuada e suporte regulatório, afirmando que “a mudança começa com conhecimento e vontade de evoluir”.

O especialista também apresentou exemplos visuais de práticas inadequadas em instituições de ensino e clínicas, como profissionais segurando animais durante exames sem qualquer proteção. “Não adianta ter leis se não houver conhecimento ou vontade de cumpri-las. É urgente investir em educação continuada, fiscalização efetiva e na criação de normativas específicas para a área veterinária”, afirmou. 

O debate destacou o paralelo entre a evolução da radioproteção na medicina humana e veterinária, com especial ênfase no tratamento dos animais como pacientes que merecem diretrizes claras de justificação e otimização de exames. Dra. Simone Kodlulovich Renha, pesquisadora da CNEN e referência em física médica, ressaltou o potencial de tecnologias como tomografia, PET-CT e radioterapia em animais, mas alertou para a importância de tratá-los como pacientes, conforme orientação da iCRP 153. “Precisamos garantir que cada exame realizado em animais tenha uma justificativa clara e siga protocolos de otimização, assim como já fazemos na medicina humana.”.

Ela também celebrou a inclusão de diretrizes específicas para animais nas recomendações mais recentes do ICRP (International Commission on Radiological Protection), classificando a medida como “um marco para a proteção de todas as espécies”.

Durante a interação com participantes, surgiram questões práticas sobre fiscalização, custos de implementação e capacitação de equipes. Os palestrantes reforçaram que a educação continuada representa a base para mudanças efetivas, além da importância da colaboração entre diferentes áreas do conhecimento.

O encerramento do evento destacou o compromisso da Sapra Landauer em oferecer suporte por meio de cursos, palestras e consultorias especializadas. “A radioproteção não deve ser vista como um custo, mas como um investimento em vidas: profissionais, animais e tutores. A conscientização é o primeiro passo para construir um futuro mais seguro”, ressaltou a Dra. Maria de Fátima.

O webinar pode ser assistido aqui.